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Economia

Solução para gerar energia limpa em Içara

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Um gerador de energia eólica, a 25 metros de altura da base, em um morro próximo à Lagoa do Faxinal, em Içara, está chamando a atenção dos veranistas do balneário Rincão. Trata-se de um projeto da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que produziu o equipamento com quatro empresas catarinenses, sendo duas de Criciúma, uma de Florianópolis, e uma de Jaraguá do Sul.

O gerador eólico ainda não está em funcionamento, mas segundo um dos colaboradores do projeto, Guido Búrigo, será possível produzir até 15 Kw/h, energia suficiente para abastecer 30 residências. O armazenamento da energia é pequeno e se dá através de baterias, por isso, a energia produzida, se não for consumida, é desperdiçada. Na primeira fase do projeto, somente um painel com 360 lâmpadas acopladas na torre que sustenta o equipamento, receberão a energia produzida pelo experimento. Após a aprovação da máquina, uma casa próxima ao gerador também receberá a energia produzida pelo equipamento, além de serem monitoradas pela universidade federal, as condições de vento do local, para uma possível ampliação do projeto.

Para o acionamento das pás de oito metros, que compõe a hélice, é preciso um vento mínimo de 12 Km/h. A escolha pelo morro próximo à Lagoa do Faxinal para a geração de energia limpa, se deu pelo fato de estar em um local que sofre influência das brisas marinhas. A diferença de pressão e temperatura entre o mar e a costa terrestre, faz com que o ar entre em movimento, por isso existe a facilidade em regiões litorâneas da instalação de equipamentos como este. Este tipo de gerador não possui poluente, o único ponto que os ambientalistas levantam sobre a utilização destes equipamentos, é o fato de que alguns pássaros acabam perdendo o seu habitat natural, ou acabam colidindo com as hélices.

Para Búrigo, o projeto é um avanço na tecnologia de geração de energia, e carimbado por catarinenses. “Com este projeto, pretendemos gerar empregos, resolver o problema da falta de energia onde não há rede de distribuição, além de exportar a tecnologia catarinense”, revela o empresário.

A máquina foi levada das fábricas para o local através de carretas, devido ao tamanho do equipamento. O custo total com a montagem do gerador eólico é de R$ 160 mil, e tem apoio do programa Luz para Todos, do Governo Federal, além de ter financiamento com juros em nível a baixo de mercado, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O proprietário do equipamento não necessita de concessão da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) para a utilização em pequenas comunidades, que não estão ligadas ao sistema nacional de distribuição de energia elétrica.

Na próxima semana deve acontecer a inauguração do equipamento. Estarão presentes autoridades do governo estadual, da UFSC, e das cooperativas de energia de Santa Catarina.


SOBRE A ENERGIA EÓLICA - A utilização do vento para a produção de energia limpa, começou a ser aproveitada a cerca de 30 anos, através de experimentos da indústria aeronáutica. O interesse por equipamentos que gerem energia sem poluentes, e sem depender de combustíveis fósseis, surgiu após a crise de petróleo da década de 70.

No Brasil, pesquisas feitas pelo Centro Brasileiro de Energia Eólica (CBEE), Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) e ANEEL, revelam, através do Atlas Eólico, um grande potencial de produção de energia limpa com a utilização do vento pelos geradores eólicos. Se o potencial eólico tivesse aproveitamento de 100%, poderiam ser gerados cerca de 14 mil megawatts, o que equivale à capacidade atual da hidrelétrica de Itaipu.

Segundo a ANEEL, no Brasil, atualmente são produzidos e lançados para o sistema nacional de distribuição de energia elétrica, cerca de 240 mil Kw/h provenientes de energia eólica, que podem abastecer até 150 mil residências, aproximadamente 0,25% de toda a energia produzida no país. Segundo a ANEEL, existem 109 empreendimentos de fonte eólica autorizados no país, o que correspondente a 20% de outorgas entre 1998 e 2005.

Em Santa Catarina, existem apenas três usinas eólica, sendo duas em Água Doce, que juntas produzem até 14 mil Kw/h, e uma em Bom Jardim da Serra com capacidade para produção de 600 Kw/h. Os quase 15 mil Kw/h provenientes de energia eólica correspondem a 0,32% da energia produzida em todo o estado.


COMO FUNCIONA? - O vento faz mover as pás, que por sua vez faz girar o rotor. O movimento do rotor é amplificado dentro da nacele, onde passa em velocidade ampliada para o gerador, a força do vento. O gerador, por sua vez, transforma a energia mecânica em energia elétrica, que é estabilizada, abastece uma bateria para o armazenamento de pequena quantidade de energia elétrica, e pode ser consumida.