A pressão popular pesou, os partidos se manifestaram e os parlamentares de Içara não votaram o subsídio dos cargos eletivos. Além disso, arquivaram a matéria. A maioria dos vereadores, contudo, fez isto por contrariedade nesta quinta-feira, dia 19. Em resposta tiveram uma série de faixas. Numa delas: “Se os vereadores estão insatisfeitos com os salários, que peçam demissão”.
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“O aumento seria necessário. Eu continuo entendendo da mesma forma. Continuo com a mesma posição. Sempre tive um respeito muito grande pelo PMDB e a Executiva do meu partido pediu para que fosse contrário. Em respeito ao PMDB volto atrás da minha decisão”, colocou Antônio de Mello (PMDB). Também contrariados, fizeram o mesmo Acirton Costa (PMDB), Joaci Domingos Pereira (PMDB), Itamar da Silva (PP) e Neuzi Berto Silveira (DEM).
Jurê Carlos Bortolon (PMDB) fez diferente. Opinou pelo rebaixamento dos salários em 20%. “É justo já que Içara vai ter reduzido o número de habitantes com a emancipação do Rincão”, colocou. Já André Mazzuchello Jucoski (PSDB) explica que a intenção dele era apresentar uma emenda com a redução do reajuste para 18%. Ele se uniu então ao grupo formado até então apenas por Diego da Silva Vittorassi (PDT), Osmar Manoel dos Santos (PP) e Darlan Carpes (PP).
O protesto popular na Câmara lotou o plenário com pessoas de preto, nariz de palhaço e frases de repúdio. Foi a primeira vez que uma campanha pelas redes sociais foi realizada na cidade. “Foi a primeira vez também que um protesto surtiu efeito imediato. O povo é o quarto poder e os políticos são nossos servidores. Eles tem que respeitar a vontade da população”, coloca Renato Brígido. O empresário participou junto com o Movimento Içarense pela Vida e diferentes outras entidades.
Caso a campanha não repercutisse, outra possibilidade já estava encaminhada. O questionamento a ser levantado seria sobre a constitucionalidade da lei. É que pela Constituição Federal, o salário dos vereadores em cidades com até 50 mil habitantes não pode ultrapassar 30% dos subsídios dos deputados estaduais. E pela atual análise, este índice seria desrespeitado a partir da emancipação do Rincão. O caso foi discutido inclusive com a Promotoria Pública na tarde desta quinta-feira, dia 19.
IMPRENSA – Atacada na sessão legislativa anterior, inclusive chamada de porca, a imprensa de Içara se vestiu de preto. “Parabenizo a imprensa pelo excelente trabalho de divulgação. Espero que não divulguem apenas as coisas ruins, mas também coloquem as coisas boas”, colocou o autor das críticas, Acirton Costa. O pedido de desculpas, todavia, não partiu dele. "Toda a imprensa está de parabéns pelo trabalho que está realizando", colocou, por exemplo, André Mazzuchello Jucoski (PSDB).
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