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Emancipação ainda não impacta no comércio

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Há quase dois anos emancipado, o Balneário Rincão mostra ainda que não consegue andar com as próprias pernas. Pelo menos no que diz respeito ao comércio local. Dados da Câmara de Dirigentes Lojistas da cidade indicam que somente em abril pelo menos sete lojas encerraram suas atividades. E, ao que tudo indica, muitos outros empresários também estão dispostos a pôr fim no negócio próprio.

“O problema do comércio lojista hoje no Rincão é muito grande. Os eventos e datas comemorativas influenciam muito pouco no cotidiano dos lojistas. Os dados surpreendem, como sete comércios que fecharam suas portas no mês de abril, algumas lojas da rua Paraná que estão abrindo só no período da tarde e salas pra alugar vazias na rua principal”, relata o presidente da CDL, Fernando Selinger.

O reflexo negativo no comércio está sendo sentido por todos. Desde proprietários de farmácias até lojas de vestuários e materiais de construção. Lena Motta, proprietária da loja Lena Modas, é uma das que pode falar com propriedade sobre o assunto. Ela possui seu estabelecimento na praia há mais de 24 anos e, fazendo um comparativo, diz que nos últimos o negócio regrediu consideravelmente.

“A situação está realmente complicada. E sei que esse não é um problema isolado da minha loja, mas do comércio em geral. Nos últimos anos, as vendas despencaram de uma forma inexplicável. A situação está tão crítica que antes as lojas abriam o dia inteiro e agora só abrem no período da tarde. Eu ainda estou vindo de manhã, mas fico aqui praticamente vegetando, porque não entra se quer uma pessoa”, afirma. “Se continuar dessa forma, não tem porque manter algo que só gera prejuízo. Tampouco esperar pelo verão porque a última temporada também foi horrível”, afirma.

Já a proprietária da loja Kairos, Ângela Zilli, relata que já colocou o seu estabelecimento à venda. “Mais que isso, coloquei também as salas comerciais que tenho para alugar, a casa e assim que vender tudo, pretendo me mudar do Balneário Rincão. Eu tenho a loja há dez anos e fazem três que as coisas ficaram bem ruins. Não sei o que acontece. Essa Festa da Tainha, por exemplo, que achamos que as vendas teriam uma aquecida, não trouxe reflexo algum. Movimentação nenhuma na área Central da cidade”, pontua.

De acordo com o presidente da CDL, são diversos os fatores que resultam no problema enfrentado pelo comércio local. “Muita coisa influencia. Há desinteresse do poder público, políticas de incentivo à instalação de novas empresas, ou seja, geração de emprego. Um comércio forte e competitivo passa por opção ao cliente. Hoje não temos isso no Balneário Rincão. Mas em contrapartida, para pequenas lojas investirem aqui teria que ter demanda”, afirma.

Dados do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e do Serasa mostram que o índice de inadimplência estadual está em 1,8%. Já no Balneário Rincão, esse número é muito superior. “Aqui no Rincão está em 32.57%. Índices de consultas efetuadas no comércio lojista. Isso acontece pela baixa renda dos nossos moradores, falta de empregos formais. É algo complexo e que assusta, já que o balneário foi emancipado há mais de um ano”, pontua o presidente da CDL. “Ao invés das pessoas cooperarem com o comércio local, não. Muitos vêm, compram e não pagam”, acrescenta Ângela, proprietária da Kairos.

“Temos feito o que está dentro do nosso limite. Estamos oferecendo cursos de capacitação de garçom, vendedor, administrador, etc. Promovendo o sábado cultural para incentivar os moradores a frequentar a área Central. E vamos implementar agora a Lei de Incentivo Fiscal, que não especificamente trata sobre o comércio, mas prevê atrair novas indústrias”, coloca o prefeito Décio Góes. “Precisa ser feito um trabalho para mostrar à população que tudo o que se quer, tem no Balneário Rincão. Que elas não precisam gastar com passagem de ônibus e gasolina para se deslocarem até outra cidade”, completa.