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Rejeição motivou morte em Sombrio

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O resultado das investigações sobre a morte de um adolescente no banheiro de uma instituição de ensino em Sombrio, em 18 de novembro, foi divulgado na tarde dessa sexta-feira em entrevista coletiva concedida pelo delegado Luís Otávio Pohlmann e a promotora Elizandra Sampaio Porto. O autor, indiciado por homicídio triplamente qualificado por meio cruel, motivo torpe e impossibilidade de defesa à vítima, teria premeditado o crime por rejeição da vítima em um relacionamento amoroso.

O inquérito confirmou a participação do menor na morte. "O adolescente trouxe ao procedimento investigativo duas versões ao fato. A primeira, que existiria um paco de suicídio com a vítima, tendo ele auxiliado na morte dela e desistido de causar a própria morte. A segunda, que ele matou a vítima, tendo em vista supostas ameaças que vinha sofrendo. Lembrando que, informalmente, ainda no interior do IFSC o adolescente havia negado a participação na morte da vítima. Isto antes de admitir o suposto paco de suicídio. Tais circunstâncias demonstram sua intenção de passar a ideia de inocência nos fatos. Entendemos que o adolescente foi ao IFSC no dia 18 de dezembro com a morte da vítima já planejada", explicou.

Conforme o relatório da polícia, a morte foi motivada pelo descontentamento com o relacionamento com a vítima, "independente de eventais represálias por parte da família dela", destacou o delegado. A morte foi causa da asfixia produzida por sufocação. De acordo com a promotora de Justiça, os adolescentes mantinham uma amizade bastante próxima. Em reuniões na própria instituição, o menos mencionou que nutria amor pela vítima. Entretanto, a vítima dizia estar com os sentimentos bastantes confusos.

"Inconformado com os fatos, ele subtraiu um remédio para dormir, de sua mão, no dia anterior e, no interior da escola, convidou a vítima para lanchar e assistir um filme. Sem que a vítima percebesse, ele colocou a medicação no refrigerante. Na sequência, a vítima sentiu um mal-estar súbito e os dois foram ao banheiro. Perfurações no pescoço indicaram que o autor injetou álcool no pescoço da vítima e, mediante o estrangulamento, de maneira cruel, já que a vítima não tinha como reagir, a sufocou até a morte", esclareceu Elizandra.

Nos laudos periciais, foi identificado sangue nos pulmões e no coração, atestando a causa da morte por asfixia. A promotora destacou a frieza do infrator em colocar a culpa do crime na família da vítima. "Não costume dar entrevista sobre casos que envolvem adolescência e juventude. Era necessário elucidar e dizer que não foi o crime homofônico, o que poderia ter ocorrido em qualquer relacionamento", colocou.

A partir de julho, quando os adolescentes tiveram uma aproximação, o menor infrator iniciou uma série de automutilações. De acordo com a instituição de ensino, os familiares foram informados e o garoto passou por acompanhamento psicológico. Segundo a promotora, inconformado com a rejeição, o adolescente infrator passou a se automutilar. "O adolescente autor do homicídio ainda fez sessões com uma psicóloga por causa dessas ações e chegou a mencionar que sentia muita raiva da vítima, que tinha um desejo deliberado de matá-la por causa dessa rejeição", relatou. O infrator aguarda julgamento no Casep de Criciúma. Ele poderá cumprir até três anos de medicas socioeducativas.