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Cotidiano

A mesma figueira para muitas lições

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Em 21 de setembro de 1954, uma muda de figueira era carregada da Linha Três Ribeirões para o Centro de Içara. Não sabia Agenor Siecluski (in memorian) que a planta se tornaria um dos símbolos da maior escola estadual de Içara. O espaço no solo foi completado pela terra despejada das mãos de Valmor Otávio Piucco, Terezinha Bastochak Martins e tantos outros colegas de primeiro ao quarto ano.

Na época em que foi plantada havia menos salas. O prédio cresceu ao longo de tanto tempo. E neste período, a figueira também sobreviveu as mudanças na nomenclatura da escola. Já foi grupo escolar e colégio Antônio João. Desde 1996 faz parte então da Escola Professora Salete Scotti dos Santos.

Cuidada com carinho, a plantinha passou a ocupar cada vez mais espaço. Fez sombra a diversas gerações e ainda se mantém referência. Adriana de Souza lembra que a figueira era o ponto de encontro dos estudantes. Quanto a isso, nada mudou. Ela fez o ensino fundamental e o ginásio até 1983. Hoje professora de Educação Física, vê os alunos praticarem esportes e descansarem no entorno da mesma árvore.

Embaixo daquelas dezenas de folhas João Gabriel da Rosa já se refrescou nos dias mais quentes do ano letivo. Não tinha-se condicionadores de ar nas salas. No máximo haviam ventiladores, todavia, nenhum deles tão eficaz quanto o balanço da árvore. Para a ex-aluna Ana Cláudia Francisco, o local também lembra os colegas. Algumas amizades se mostraram tão fortes quanto a figueira. “Tenho saudades”, fecha outro ex-aluno, Maxswuel Feliciano.

"Esta figueira faz parte da história da Escola Salete Scotti dos Santos. Durante tantos anos, ela acompanhou muita coisa. Foram tantos relacionamentos de amizade e namoros que aqui iniciaram e acabaram", exalta o diretor Max de Mello. Ainda segundo ele, o marco na vida de alunos e professores é resultado do respeito ao ambiente. A natureza se mantém em harmonia com o prédio devido ao cuidado na poda dos galhos e das raízes.

“Esta árvore lembra-me vida. Lembra a minha infância”, conta emocionada Terezinha. Com riqueza de detalhes, ela lembra ainda que o plantio se transformou numa cerimônia. A música decorada na época está também fresca na memória. “Cavemos a terra, plantemos nossa árvore, Que amiga e bondosa ela aqui nos será! Um dia, ao voltarmos pedindo-lhe abrigo, ou flores, ou frutos, ou sombras dará!”, canta numa volta momentânea ao passado.