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Cotidiano

Caio Borges propõe mais arte para as ruas

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Aos 56 anos de idade Carlos Alberto Borges já conseguiu imprimir uma identidade própria em mais de 8 mil obras. São quadros, desenhos e esculturas espalhadas não apenas pelo Brasil, mas também no exterior. Agora o desafio do artista içarense é ganhar as ruas da terra em que nasceu. “Já recebi o convite de outros municípios. Entretanto, meu desejo é que isto ocorra em Içara. Gostaria de disponibilizar um acervo de 100 a 150 obras que servissem de incentivo para as crianças e também fomentassem ainda mais a cultura na cidade”, coloca.

Tanto talento poderia ser admirado em um painel externo de cerâmica no Centro de Artes e Esportes Unificados em Vila Nova. “Assim ficaria fácil a limpeza e não seria necessária a repintura”, sugere. Outra ideia é que esculturas sejam instaladas em canteiros e praças espalhadas pelos bairros. “Já pensei em criar um acervo no meu sítio em São José (SC). Mas o local é muito retirado e privativo. Também precisaria a criação de uma instituição para dar continuidade. E não sei se isto aconteceria”, emenda.

Afastado da Internet, avesso a celulares e tímido, Caio busca na própria natureza energias para retratar o cotidiano. A criatividade aflora principalmente na madrugada. É quando o som da cachoeira próxima ao ateliê fica mais perceptível. A queda da água serve também de inspiração para as formas circulares que já se tornaram referência. “Tudo é um ciclo. Tudo é uma bola como o planeta e a flora. Além da arte figurativa, faz 10 anos que trabalho com o abstrato. Até pensei que fugiria do redondo. Mas não consegui”, lembra.

“Acho que todo artista procura criar uma identidade própria para os trabalhos”, avalia. “Moro de frente para a Mata Atlântica. Então só consigo pintar coisas boas”, ainda sublinha. Neste aspecto, ele está entre poucos catarinenses que formaram uma linha de trabalho que pode ser facilmente reconhecida. Já virou até roupa, jogo americano e outros itens decorativos. “São linhas com edições limitadas, pois não é isso que eu quero”, afirma. “Minha diversão agora é a realização de trabalhos grandes”, garante.

“Também adoro viajar. Se pudesse, iria todo ano à Europa para ver o trabalho dos grandes nomes das artes. São obras que enchem de energia”, confessa, entretanto, sem cogitar a troca de Santa Catarina por outro local. As obras de Caio podem ser vistas na rede mundial de computadores. E por conta de toda a facilidade proporcionada pela tecnologia ele não precisa viver no eixo entre São Paulo e Rio de Janeiro, onde ingressou no estúdio de Maria Faro com cerâmica e escultura em 1978 até receber o prêmio Artista de Barro em 1981.

Para o artista autodidata, o grande segredo de toda a vida que ele conseguiu traduzir pela arte está na vontade de desenhar. “É preciso exercitar desde cedo. O desenho ajuda com a prática, o desenvolvimento temático e o gestual. Esta prática precisa começar nas escolas”, enaltece. Além disso, considera que é necessário fugir de estereótipos e incentivar a observação. “A beleza é para ser respeitada. Não existe nada definido. Já vi muita gente que seguiu padrões e deixou de investir no diferencial que tinha”, pontua.

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