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Cotidiano

Ciência sem Fronteiras seleciona içarense

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Natural da comunidade de Coqueiros e estudante da quarta fase de Agronomia na Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc), Willian Goudinho Viana, de 19 anos, no próximo mês dará um importante passo em sua vida. Ele embarcará aos Estados Unidos rumo à Universidade de Illinois, onde continuará os estudos, durante um ano, pelo programa Ciência Sem Fronteiras, do Governo Federal.

Conforme o edital o garoto terá que estudar nove meses em cursos da graduação e no fim do programa fazer um estágio ou pesquisa em alguma empresa. Wiliam viaja ao país norte-americano no dia 12 de agosto. “As únicas coisas que tive que pagar foram o passaporte e o visto. O resto é tudo pago pelo Governo. Alimentação, alojamento, seguro saúde, mensalidades da universidade, passagem de ida e volta, auxílio instalação e auxílio didático. Além disso receberei uma mensalidade de 300 dólares para me manter”, ressalta.

“Ingressei na universidade logo após terminar o ensino médio. Meus pais são agricultores e tive essa influência por parte deles. Além disso, sempre gostei de biologia de plantas. Foi o curso que mais se adequou ao meu gosto e hoje não me vejo estudando outra coisa”, revela. “Sempre gostei de estudar, todos que me conhecem sabem disso. O estudo é o que me dá motivação, gosto sempre de aprender mais e mais. Meus pais não tiveram essa oportunidade, por isso sou muito grato a eles por sempre me apoiarem a fazer o que eu mais gosto: estudar agronomia”, complementa.

“Sempre tive na minha ideia estudar no exterior. Meus planos eram de fazer isso quando estivesse concluindo a graduação. Porém, em outubro do ano passado vi que estavam abertos novos editais do Ciência sem Fronteiras, resolvi me inscrever sem pretensão nenhuma, somente para aprender como funcionava o processo e quando fosse a hora eu me inscreveria para valer. Eu pensava que em alguma etapa do processo seletivo algo não daria certo, e até estava preparado para isso, só que não foi o que aconteceu. Passei em todas as etapas e acabei conseguindo a bolsa”, conta.

“Um dos requisitos do edital é que a universidade participante imponha critérios eliminatórios para selecionar os melhores estudantes. Preenchi esses critérios e minha candidatura foi homologada”, comenta. Paralelo a aprovação na peneira, o estudante precisaria atingir pelo menos 600 pontos, na média geral, do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), e também fazer o teste de proficiência em inglês. “Não estudei para o Enem, pois a faculdade me tomava muito tempo, mas acabei conseguindo a pontuação necessária. Para o Toefl (Inglês) estudei sozinho, baixei todo tipo de material disponível na Internet e me preparei durante um mês. Fiz o Toefl em dezembro e só fui saber o resultado em janeiro”, relata.

“O primeiro ponto é a fluência na língua. Com a competitividade no mercado de trabalho, hoje em dia saber pelo menos uma língua estrangeira é quase que obrigatório. Portanto acredito que isso vai me ajudar. Aprender mais sobre agricultura, sob o ponto de vista do país que é o maior produtor de grãos do mundo com certeza vai ser algo bastante importante na minha formação como um engenheiro agrônomo. Além desse crescimento profissional tem o crescimento pessoal, viver em uma cultura totalmente diferente da sua é algo bastante assustador, mas excitante ao mesmo tempo”, destaca.

“Os resultados no Enem e no Toefl não me garantiam uma bolsa. Somente que minha candidatura seria enviada para o órgão que cuida das bolsas do programa nos Estados Unidos. Foi neste momento começou o processo trabalhoso. Tive que fazer várias redações dizendo o porquê eu deveria estudar agronomia nos Estados Unidos, tive que conseguir cartas de recomendações de professores, preencher vários formulários e indicar três universidades de minha preferência e dizer o motivo de querer ir para elas. Isso também não garantia nada ainda, pois uma universidade deveria me aceitar. Terminei de mandar os documentos para eles em fevereiro desse ano e começou a espera. Foram dois meses de muita angústia, não tinha muita notícia da parte deles e foi bastante difícil manter o pé no chão e focar no semestre na Ufsc”, relata.

O resultado final veio apenas no dia 28 de abril. Ele conta que recebeu a informação da aprovação em casa, através de um e-mail. “Estava até desacreditado. Lembro como se fosse hoje, era uma manhã normal, acordei e fui checar meu e-mail e lá estava meu aceite. Não sabia se abria o e-mail, se ligava para meus pais, se chorava. Resolvi abrir o e-mail, meu coração já estava a mil, quando fui ler o nome da universidade que havia me aceitado, vi que foi minha primeira opção. Eu tremia. Liguei para meus pais e só consegui falar que tinha sido aceito e desliguei o telefone, estava meio que em choque”, relembra. “Demorou uma hora mais ou menos pra ficha cair que eu realmente iria estudar nos EUA. Depois liguei pra todo mundo contando. Sem dúvidas foi um dos dias mais emocionantes da minha vida”, acrescenta o jovem de 19 anos.