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Cotidiano

Maria Rizzieri De Luca, uma mulher de ação

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Maria Rizzieri De Luca viu a família nascer e crescer junto com a cidade. Sétima filha de Paulo Rizzieri e Catarina Luchetta Rizzieri, deu os primeiros passos na comunidade de São Rafael em 1921. Ainda pequena foi para o Morro Albino. E com 15 anos mudou-se para o Centro do distrito de Içara. Na época, o pai tinha uma serraria e fornecia energia elétrica até às 23h para os vizinhos. “Tinha apenas uma rua, um riacho de água limpa onde a gente lavava a roupa, duas serrarias, uma escola perto da igreja e algumas casas de moradores”, aponta.

Após a conclusão do segundo ano em Criciúma, onde também era catequista, Maria completou a fase escolar em Tubarão. Ao retornar para a cidade natal, foi professora na comunidade de São Rafael por dois anos. “O trajeto era feito com cavalo”, frisa. Além disso, lecionou no Grupo Escolar Antônio João. E assim criou as cinco filhas e dois filhos que teve com Silvino De Luca. A primeira vez que viu o moço bonito, de olhos azuis, foi aos 21 anos. Dessa união nasceram Derlei, Dolores, Diva, Darci, Silvia, Júlio, João Paulo.

O casal teve uma fábrica de café por aproximadamente oito anos. Entretanto, muito cedo o marido faleceu. Maria ficou viúva aos 44 anos. Mas igualmente como fizeram os pais, ela também incentivou que todos em casa tivessem estudos. “Eu dava aulas e costurava as roupas dos filhos”, relembra. Foi também secretária do Paço Municipal. A nova função iniciou três meses após a criação do Município, quando a Prefeitura funcionava próxima da igreja. Foram ao todo 23 anos na condição de servidora municipal.

“As pessoas se conheciam pelo nome e se visitavam sem anunciar. Era um tempo em que se organizava e fazia acontecer sem esperar pelo Poder Público”, lembra. “Içara é uma terra generosa, acolhe com carinho seus visitantes, mas é preciso que as novas gerações saibam o que os mais velhos fizeram”, sublinha a moradora do bairro Jardim Silvana que tem como referência do endereço o nome do marido. O irmão Quintino Rizzieri é patrono da escola da comunidade. O nome do pai está na escola de Boa Vista. Já a irmã, Adélia Rizzieri, foi homenageada com um Centro de Educação Infantil.

Maria foi a primeira festeira de São Donato em 1950, participou da fundação da Apae, Rede Feminina de Combate ao Câncer, Associação Berço dos Anjos, do Apostolado da Oração e das Samaritanas. “Eu não tenho idade. Tenho vida, um dom precioso de Deus. Viver é um dom divino. Viver bem é uma arte. Não sinto solidão. Leio até altas horas, faço bordados, palavras cruzadas, minhas orações diárias, passeio quando posso e deixo de lado problemas e preocupações”, garante. As idas a igreja foram reduzidas pelos reflexos da idade. Mas a fé permanece intacta.