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Cotidiano

Recuperação da Igreja da Misericórdia revela pinturas originais de Pedro Cechet

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Mais uma parte da história de Içara começa a ser recuperada. São tons e detalhes da Igreja da Misericórdia que os anos não apagaram, mas ficaram esquecidos por causa da ação do tempo, da umidade e também por causa de reparos emergenciais. Os rodapés marrons e as portas verde-claro são exemplos da estética interna original da construção na praça central de Içara que ficaram no passado. Os trabalhos de recuperação artística e estrutural iniciaram em dezembro e devem ser concluídos até a Páscoa.

Conforme a artista Eliete da Silva, conhecida como Katurra, o primeiro passo é a limpeza e remoção do mofo. Além disso, toda a obra também já começou a ser catalogada com amostras originais. "Alguns painéis não vão precisar de pintura, apenas retoques. Faremos conforme o trabalho realizado por Nilton José Figueiredo - o Mudinho - em 1986. A tinta será acrílica também de acordo com o restaurador. Apenas em algumas partes vamos remover a pintura dele como janelas para a obra original de Pedro Cechet", acrescenta.

No altar, o trabalho será mais cuidadoso em consequência da umidade. Os santos que ali estão representados não possuem os traços originais. Na primeira recuperação, Nilton utilizou fotografias para refazer os desenhos. E serão as imagens feitas por ele que permanecerão. Já os padrões de desenhos nos pilares e na cobertura da igreja foram redesenhados em estêncis, um vasto material que servirá para manter a harmonia e ajudará a preservar a história.

"Sou apaixonada pelas obras de Pedro Cechet. Já fiz trabalhos em igrejas que ele pintou em Içara e Urussanga. Todas são muito ricas em detalhes", sublinha a artística. No caso do novo desafio em Içara, o trabalho segue o tombamento - posterior a recuperação da década de 80. Os móveis, por vez, não fazem parte do tombo. Mas serão reformados para evitar o avanço dos cupins. A Igreja deverá definir ainda qual o aspecto preservará. É que os altares atuais foram escurecidos. No passado eram brancos, tinham detalhes dourados - com pó de ouro - e texturas de mármore.

Estrutura completa 75 anos

A construção da igreja - anteriormente à São Donato - iniciou em 1944. Em 1950 tornou-se paróquia e manteve-se ativa até a conclusão de um novo templo, mais amplo, em 1974. Em 1986 virou Casa da Cultura Padre Bernardo Junkes. A alternativa para que o prédio não fosse demolido deu nova vida ao espaço. Em 1992 ocorreu a doação da Mitra e, através de tombamento, as pinturas e a estrutura foram inseridas no Patrimônio Histórico e Artístico Natural do Município. Contudo, após anos em deterioração, em 2014 ocorreu então a devolução e ainda no mesmo ano houve a abertura como Igreja da Misericórdia.