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Cotidiano

Simone Cândido: Pereira e Francisca, da amizade de infância ao altar

Casal relembra os tempos em que trabalharam, ele na peixaria e ela de merendeira, com saudades.

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Manoel Dos Santos Filho, mais conhecido como Pereira, recebeu o nome do pai biológico Manoel Quintino Dos Santos, que veio a falecer logo após seu nascimento. Seu Pereira nasceu em 6 de junho de 1936 em Ilhas, que pertence à Araranguá. Sua mãe biológica Martina Pereira Alves o entregou para adoção para o casal Manoel José Pereira e Evilázia Pereira que morava na Lagoa da Mãe Luzia. E já tinham a filha biológica Adelina. Trabalhavam na agricultura, plantavam melancia, aipim e outras culturas para o sustento da família.

Dona Francisca nasceu em 25 de março de 1937. Morava na comunidade da Lagoa da Mãe Luzia, onde conheceu seu futuro esposo ainda na infância, estudavam na mesma escola, eram vizinhos. Brincavam juntos, pescavam com caniço. Na juventude, namoraram por dois anos e casaram. Manoel trabalhava na roça, domava cavalos, pescava, tinha carteirinha de pescador onde contribuía para sua aposentadoria.

Após o casamento, moraram por quase dois anos no terreno dos pais de Francisca, trabalhando na roça. Depois desse tempo, vieram morar em Içara. Seu Pereira tinha um açougue e depois a peixaria, que ficava na Rua Vitória, próximo ao trilho. Ao lado tinha um bar, nas proximidades a venda do falecido José Antônio e o bar do falecido Manoel Goularte, ambos foram amigos e vizinhos de longa data.

Todas as manhãs vinha o caminhão trazer o peixe e muitos clientes que se tornaram amigos. Iam esperar a chegada dos pescados. Logo seu Pereira colocava no gelo e começavam as vendas. A balança era à moda antiga. Tinham vários pesos e no outro lado eram colocados os peixes. Após a pesagem eram enrolados com jornal e colocados em sacolas. Alguns iam na peixaria apenas para conversar. Formaram muitas amizades. Por mais de 20 anos a peixaria funcionou ali nesse local.

O casal tem cinco filhos: Osmar (Marzinho do Pereira) Liomar, Edimara, Lindamar, Elemar; Sete netos: Priscilla, Carlos Júnior, Amanda, Dinarte Júnior, André, Murilo, Francini; e quatro bisnetos: Luiz Gustavo, Eloisa, Gabriel e Lara.

Após o fechamento do estabelecimento, seu Pereira foi trabalhar de guarda na Prefeitura. Compraram uma casa ali próximo ao trilho, onde hoje é a rodoviária. Era uma das chamadas casas de turma. Dona Francisca trabalhava de merendeira no antigo Colégio Antônio João, hoje Salete Scotti Dos Santos. Era funcionária do município emprestada para o estado. Após dois anos, foi trabalhar na Escola Municipal Maria Arlete Bitencourt Lodetti, onde trabalhou até se aposentar aos 65 anos.

“Dona Chica! Saudade dessa exemplar servidora, que fazia seu trabalho com dedicação e responsabilidade. Silenciosa nos seus passos calmos e sorriso leve. Trabalhava com disciplina e tudo que fazia ficava limpo e saboroso. Obrigada dona Chica.”
- ex-diretora e professora Tereza Feltrin, do Colégio Estadual Salete Scotti dos Santos

Seu Pereira aposentou-se pela Prefeitura de Içara. A casa onde moravam seria demolida para a construção da Avenida Procópio Lima. A Prefeitura na época fez a indenização através de uma casa com terreno no Bairro Cristo Rei, onde o casal reside há 17 anos. Por muito tempo, para passar o tempo continuava indo até a rodoviária de Içara onde encontrava vários amigos e conhecidos, mantinham as conversas do tempo da peixaria e as amizades.

Ultimamente devido à dificuldade para caminhar ele fica mais por perto de casa. O casal relembra os tempos em que trabalharam, ele na peixaria e ela de merendeira, com saudades. São felizes pela família que formaram. Agradecidos por tudo que viveram.