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Cotidiano

Um panorama da Rodovia Paulino Búrigo

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Em um sábado de muito calor, boa parte da população de Criciúma, Içara e municípios próximos resolveu pegar a estrada e ir se refrescar na praia do Rincão. O principal meio de acesso escolhido continuou sendo a rodovia estadual SC-445 (nova nomenclatura oficial para a então SC-444), que liga o bairro Próspera, em Criciúma, cruzando toda Içara e BR-101, até chegar aos pés da Plataforma de Pesca da Zona Norte, no Balneário Rincão, agora município.

Foi justamente esse trajeto de aproximadamente 21,1 quilômetros (km) que a reportagem do Jornal da Manhã acompanhou nesse dia para encontrar os pontos de maior tráfego e dificuldade para os motoristas. No entanto, ouvindo a comunidade ao longo da rodovia, foi identificada que, mais do que o alto fluxo de veículos ou a falta da duplicação, o que causa mais transtorno é a ação dos pedestres e dos empresários às margens da malha viária.

Trecho 1: Da Próspera ao Presidente Vargas (1,6 km)

Desde o bairro Próspera, quando a SC começa enlaçada em trevo à Rua General Osvaldo Pinto da Veiga, não há faixa de pedestres, passarelas ou qualquer sinalização que permita a travessia de pedestres com segurança, nem mesmo na rotatória de acesso à empresa Cecrisa, em cuja frente há um ponto de ônibus intermunicipal do Expresso Coletivo Içarense. Segundo pessoas que esperavam no ponto, é muito comum e frustrante o transporte público passar direto pela parada mesmo quando há clientes esperando.

“Como eles vem em alta velocidade, não conseguem nos ver esperando, e acabam tendo que encostar lá na frente, na malha viária da rodovia, atrapalhando o trânsito e nos fazendo correr até lá para subir no ônibus”, comenta uma trabalhadora içarense, Ana Paula Costa Machado, que já perdeu alguns ônibus ali também porque não consegue atravessar a rodovia, já que os veículos não param nem diminuem a velocidade para que os pedestres atravessem. “Nos horários de pico, se a gente não se arriscar, não atravessa”, lamenta.

Trecho 2: Do presidente Vargas ao Posto Policial (1,6 km)

A primeira faixa de pedestre se encontra no trevo do Bairro Presidente Vargas, em Içara, no limite do município com Criciúma, onde os congestionamentos começam com intensidade, já que recebe fluxo alto de veículos pela Avenida Jorge Elias de Lucca (muito confundida como extensão da criciumense Avenida Centenário). Graças a um redutor de velocidade, os pedestres conseguem atravessar uma faixa de cada vez. No entanto, é comum haver colisões de veículos com a mureta de proteção do redutor.

Em seguida, o viaduto que conecta a rodovia à Via Rápida também causa transtorno nos dois sentidos. Veículos que tentam entrar na rodovia SC-445 pela lateral do viaduto, tanto em direção a Criciúma quanto a Içara, têm visibilidade limitada dos demais automóveis que vem por cima do viaduto. A maioria dos motoristas arrisca a entrada na rodovia em qualquer brecha. Várias colisões traseiras e laterais já foram registradas ali pela Polícia Militar Rodoviária (PMRv) de Içara.

Um pouco adiante, outro ponto de acidentes frequentes: a intersecção da SC-445 com a Rua Dimer Pizzetti, na saída do loteamento Planalto, anexo ao Bairro Presidente Vargas. Sem trevo, sinalização ou redutores de velocidade, os veículos que precisam sair do Planalto para pegar a faixa da SC em direção à praia chegam a ficar até 10 minutos esperando uma abertura nos dois sentidos para seguir viagem. O motorista Maicon Medeiros passa por ali todos os dias e conta que já presenciou vários acidentes de outros motoristas que se aventuravam em conseguir atravessar as faixas. “Deveria haver um trevo aqui”, sugere o cidadão. Além disso, é comum que motoristas que vêm da rodovia para pegar a Dimer Pizzetti entrem pelo acostamento em alta velocidade, às vezes colidindo com outros veículos que estavam esperando por acesso.

Trecho 3: Do Posto Policial à BR-101 (7,8 km)

O trecho próximo ao posto policial da PMRv, no bairro Liri, é o que o motorista Claudecir Santos considera como a hipocrisia dos motoristas. “Aqui todos reduzem a velocidade para se mostrarem certinho para os policiais, mas é só se afastar uns cem metros que já aceleram de novo”, desabafa. Por causa disso, ele acredita que os engarrafamentos nesse trecho são mais intensos. Segundo o cabo Raimundo Antonio Loch, da PMRv de Içara, por ali, a polícia conseguiu captar uma estimativa de fluxo de aproximadamente 30 mil veículos por dia, considerando fins de semana, dias comuns e temporadas de feriados.

“O fluxo é a nossa prioridade. O que atrapalham esse fluxo são os pedestres, que não têm muitos pontos adequados para fazer a travessia, e as empresas que se fixam às margens da rodovia sem planejamento adequado para entrada e saída de veículos e pedestres”, expõe Loch.

Para ele, a duplicação prevista no trecho de 11 km da SC-445 (de Criciúma até a BR-101, no bairro Vila Nova, em Içara) não adiantará de nada se não houver uma regulamentação eficaz que restrinja a pontos específicos a entrada e saída de veículos na rodovia. Atualmente, os automóveis conseguem acesso e saída em praticamente qualquer trecho, o que aumenta a probabilidade de acidentes e de congestionamentos. Postos de gasolina, revendas de carros, restaurantes, lanchonetes, mercados e indústrias são os principais estabelecimentos empresariais que colaboram nesse agravante de tráfego.

“Muitos se apossam do acostamento da malha viária para beneficiar o próprio estabelecimento, impedindo o fluxo tranquilo. Algumas concessionárias colocam no acostamento veículos de promoção, com preços, desviando a atenção dos motoristas. Postos de gasolina fizeram canteiros sobre o acostamento para forçar a entrada dos veículos no pátio. Mercados, restaurantes e lanchonetes tem a entrada de veículos diretamente na rodovia, fazendo com que os motoristas tenham que manobrar em cima do asfalto para deixar o estabelecimento”, exemplifica o militar.

Trecho 4: Da BR-101 à Plataforma Norte do Rincão

Esse trecho não está, a princípio, incluído na primeira parte do projeto de duplicação do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra). Principalmente a partir do bairro Pedreiras até o trevo com a Rodovia Jorge Fortulino (que dá acesso às lagoas), o congestionamento fica intenso no verão. Um dos problemas, além do tempo de espera por conta de densidade do fluxo, é o acostamento gravemente danificado, que prejudica pedestres e ciclistas, tal como o trabalhador içarense João José de Lima. Ele é operário de estação de água em uma indústria à margem da rodovia e vai todo dia trabalhar de bicicleta.

Ele conta que muitos carros tentam furar o congestionamento indo pelo acostamento, que está cheio de irregularidades e buracos. “Eu tenho que ficar sempre desviando dos veículos no acostamento. Além disso, na saída da empresa, na há faixa de pedestres nem passarelas. Quando chegam os horários de entrada e saída de funcionários, isso vira um caos”, salienta o cidadão, que já viu vários colegas de trabalho se acidentando ao tentarem atravessar a rodovia movimentada.

Duplicação aguarda empresa terceirizada

A duplicação de 11 km da SC-445 prevê a construção de 11 viadutos (para que os pedestres e veículos atravessem por baixo), ciclovias e um trevo especial anexo ao elevado do viaduto da BR-101. A empresa licitada que está à frente do projeto de duplicação é a Sociedade Técnica de Estudos, Projetos e Assessoria (Sotepa), que está atualmente analisando os dados coletados quase que diariamente no fim de 2012 sobre o fluxo de veículos em toda extensão de abrangência (da Próspera à BR). Uma das possibilidades é que a divisão entre as duas faixas seja por uma mureta de concreto, o que causou o descontentamento da população.

Segundo os moradores, não basta duplicar, tem que ficar bonito. “A reivindicação é que o aspecto físico da rodovia seja uma continuação do padrão visual da Avenida Centenário de Criciúma, que segue pela Rodovia Jorge Elias de Lucca. Mas isso implica em uma retransformação completa do projeto, para prever semáforos, faixas de pedestres, entre outros elementos”, explicou o presidente do Deinfra, Paulo Meller. A previsão é de que a Sotepa entregue o projeto ainda no primeiro semestre de 2013.



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