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Economia

Andreia Limas: Não é pelos dois reais...

Governo Federal pode deixar para o ano que vem a correção residual do salário mínimo para compensar integralmente a inflação

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Voltei a 2013, quando jovens paulistas exibiam cartazes contra o aumento das passagens de transporte público, com a frase que depois se tornaria famosa: “Não é pelos 20 centavos”. O movimento ganhou corpo, transformando-se em manifestações por todo o Brasil e explodindo como um dos mais importantes acontecimentos da história recente do país, com desdobramentos na política e na economia.

Mas por que lembrei de fatos de quase oito anos atrás? Porque uma notícia me chamou a atenção na última semana, também por implicações nas esferas política e econômica. Falo da possibilidade de um novo reajuste no salário mínimo ficar para o ano que vem, adiando um aumento de R$ 2.

Explicando

De 2007 a 2019, a lei garantia ganho real no reajuste do salário mínimo sempre que houvesse crescimento econômico, ao considerar no cálculo o INPC (correspondente à reposição da inflação), mais o resultado do PIB de dois anos antes. Com a mudança na legislação, em 2020 o piso nacional foi reajustado apenas pela inflação e, neste ano, talvez nem isso.

Em 31 de dezembro de 2019, foi anunciado que o salário mínimo de 2020 seria de R$ 1.039. Em janeiro, quando foi divulgado o INPC de dezembro – que ficou acima da projeção inicial –, o valor foi ajustado para R$ 1.045.

Desde o dia 1º de janeiro deste ano, o piso nacional é de R$ 1,1 mil, conforme medida provisória editada em dezembro, representando um aumento de 5,26%. Foi levado em consideração o Índice Nacional de Preços ao Consumidor de janeiro a novembro e a variação estimada do mercado financeiro para o índice em dezembro de 2020.

Inflação

Àquela altura, se projetava uma inflação de 4,11%, ou seja, haveria ganho real. No entanto, em janeiro, o IBGE apresentou o levantamento oficial, revelando variação de 5,45% no INPC. A expectativa era de que, com isso, o valor do mínimo fosse novamente reajustado, passando então para R$ 1.102 a partir de fevereiro.

Balde de água fria

Na última quinta-feira, dia 28, o secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, tratou de frear os ânimos, indicando que o governo pode deixar para o ano que vem a correção residual do salário mínimo para compensar integralmente a inflação. Com isso, o governo não editaria nova medida neste mês para reajustar o piso nacional em pelo menos R$ 2. O tema segue em discussão, pois a Constituição determina a recomposição.

Para o trabalhador, adiar o aumento significa R$ 2 a menos no bolso mensalmente. Para o governo, porém, não conceder esse reajuste residual levará a uma economia de R$ 702 milhões em 2021, pois aposentadorias e outros benefícios concedidos são atrelados ao valor do salário mínimo.

Empregos

Na última semana, abordamos neste espaço a geração de empregos e renda em Içara, ao comentar os dados do Caged referentes a 2020 e o papel de destaque do município na região Sul do Estado. Hoje, volto ao assunto para ressaltar duas iniciativas que são desenvolvidas na cidade nesta semana e também contribuem, direta ou indiretamente, para o aquecimento do mercado de trabalho formal: o Liquida Içara e o ACII Indica.

O primeiro é a já tradicional promoção da Câmara de Dirigentes Lojistas, que neste ano vai ser estendida por duas semanas. Descontos de 10% a 50% serão oferecidos até 13 de fevereiro, estimulando a movimentação no comércio em um período que antes era de poucas vendas.

A iniciativa da Associação Empresarial de Içara, por sua vez, vai potencializar a conexão de profissionais em busca de uma oportunidade no mercado de trabalho com empresas interessadas em contratar. O canal é o Banco de Talentos, mas quem não tem internet também pode entregar o currículo na sede da entidade.

Capacitações

Durante esta semana, os profissionais ainda poderão acompanhar por meio do Youtube painéis com especialistas sobre temas como entrevistas de emprego e perfil buscado pelas empresas. Já os empregadores terão capacitações voltadas aos setores de recursos humanos e demais profissionais da área de gestão de pessoas.