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Economia

Andreia Limas: O que podemos esperar da economia em 2022?

Crescimento vai depender de fatores como o controle da inflação e da taxa de câmbio

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É certo que ainda não temos todos os números referentes à economia em 2021 – a divulgação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, por exemplo, está prevista para o próximo dia 27, enquanto o PIB acumulado no ano deve ser divulgado apenas em março. Mas com as informações já disponíveis é possível traçar o perfil de um ano marcado pela inflação e pelo dólar em alta.

Esses dois indicadores produzem um efeito cascata, impactando em todos os setores econômicos. Daí a importância de projetar como devem se comportar em 2022, para saber o que se pode esperar da economia.

Inflação

A meta para a inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional para 2022 é de 3,50%, sendo a margem de tolerância de até 1,5 ponto percentual a mais. Significa dizer que o Banco Central terá que concentrar esforços em ações para forçar a redução pela metade do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que fechou 2021 com variação de 10,06%.

Já comentei neste espaço os danos à economia causados por uma inflação em alta, que inibe o crescimento, reduz os investimentos e diminui o poder de compra das famílias, desestimulando o consumo.

Câmbio

Quanto à alta do dólar, há aspectos que podem ser positivos, como o estímulo às exportações. E um bom exemplo está em Içara, que fechou 2021 com superávit de US$ 45,53 milhões na balança comercial, registrando US$ 63,47 milhões em volume exportado e US$ 17,94 milhões em importações.

Esse foi o melhor desempenho da série histórica iniciada em 1997, sendo 11,89% superior à maior marca alcançada anteriormente, de US$ 40,7 milhões em 2017, representando ainda 55,41% de aumento na comparação com os US$ 29,30 milhões obtidos em 2020 e 123,78% em relação ao superávit de US$ 20,35 milhões contabilizado em 2019, ano pré-pandemia.

Por outro lado, o mercado internacional aquecido reduz a oferta interna; a valorização da moeda americana torna mais caros os insumos importados e os combustíveis, cujos preços variam com o câmbio. Todos esses fatores pressionam a inflação para cima.

Projeções

Coordenador do curso de Ciências Econômicas e do Observatório de Desenvolvimento Socioeconômico e de Inovação da Unesc, o professor e economista Thiago Fabris projeta que o dólar continuará em alta este ano, beneficiando setores como o agronegócio nacional. Por outro lado, entende que o país precisará controlar a inflação para continuar crescendo.

“Em termos de Brasil, o que se espera é um crescimento entre 1 e 1,3%. Na Região Carbonífera, quando comparamos com o resto do país, devemos ter um crescimento mais expressivo. A região vem se preparando para isso, com ações e investimentos”, analisa.

Salários

Na avaliação de Fabris, não se deve observar crescimento no consumo, mesmo com o aumento do salário mínimo, que passou a R$ 1.212 a partir de janeiro.

Em Santa Catarina, que adota o piso regional, as faixas salariais ficarão entre R$ 1.416 e R$ 1.621, conforme acordo celebrado entre representantes das federações empresariais e dos trabalhadores.

A atualização, em média de 10,5%, será retroativa a janeiro, mas dependerá ainda da aprovação do projeto que será apresentado pelo Governo do Estado à Assembleia Legislativa e a posterior sanção do Executivo. O reajuste vale para as categorias profissionais da iniciativa privada que não possuem definição salarial em lei federal, convenção ou acordo coletivo.

Arrecadação

Levantamento realizado pelo Canal Içara dá uma boa ideia do quanto a economia de Içara impulsionou o crescimento da cidade e se refletiu no orçamento municipal. Em 20 anos, a receita líquida passou de R$ 21,49 milhões para R$ 241,46 milhões, um aumento de 780,06%.

No mesmo período, as despesas subiram de R$ 19,8 milhões para R$ 211,66 milhões, alta de 722,97%. Nessas duas décadas, a inflação acumulada foi de 133,72 pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo.

Para 2022, o orçamento municipal estima receita de R$ 286,1 milhões, proveniente de arrecadação de tributos, rendas e outras receitas correntes e de capital, fixando a despesa em R$ 276 milhões para o Executivo e R$ 10,1 milhões para o Legislativo.