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Economia

Andreia Limas: o setor de transporte de passageiros vai se recuperar da crise?

O setor de transporte de passageiros é duramente atingido pela queda no faturamento

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Estamos perto de completar mais um mês de paralisação do transporte coletivo na Região Carbonífera, além dos quase três meses da suspensão das operações no início da pandemia de coronavírus, como forma de controlar o número de casos de Covid-19 em Santa Catarina. Como já disse anteriormente e reitero agora, o objetivo deste espaço não é discutir o mérito as medidas adotadas pelos governantes sob a ótica da saúde e sim analisar seus impactos na economia.

Nesse sentido, o setor de transporte de passageiros é duramente atingido pela queda no faturamento durante o período em que as atividades não podem ser desempenhadas e ninguém sabe como – nem mesmo se – vai conseguir se recuperar da crise. Não há como imaginar que as empresas tenham reservas de capital para absorver o impacto. Ou que a volta às operações por si só vá garantir a curto prazo compensar os prejuízos.

Tarifas

Não vou entrar no mérito se os serviços são bons ou ruins, têm preços justos ou são caros. Mas proponho uma reflexão sobre como as empresas vão sobreviver no pós-pandemia, manter os empregos, fazer os investimentos necessários, pela importância do setor para a economia da região. E porque, no fim, o pagamento dessa conta pode acabar no colo dos consumidores, através da elevação das tarifas. Além disso, existe a possibilidade de os contratos para a exploração do serviço serem prorrogados, como forma de compensação, sem que haja o devido processo licitatório.

Concorrência

Antes mesmo da pandemia, as empresas do setor na região já enfrentavam a concorrência com as viagens contratadas através de aplicativos, as caronas e o transporte particular, que podem até ter um custo menor para os passageiros habituais. Sem os ônibus circulando e com a necessidade de chegar aos locais de trabalho, muitas pessoas optaram por essas alternativas e trazê-las de volta ao sistema público pode se tornar um grande desafio.

Empregos

Em relação aos empregos, o setor de transporte rodoviário de passageiros perdeu 1.436 vagas no acumulado do primeiro semestre em Santa Catarina, conforme os dados do novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em Criciúma, foram fechados 58 postos de trabalho com carteira assinada, com 90 demitidos e 32 contratados no período. E isso que a maioria das empresas optou por suspender o contrato de trabalho dos colaboradores ou reduzir a jornada, com o Governo Federal concedendo uma espécie de seguro-desemprego especial aos trabalhadores nesses casos para recompor os salários.

O que pode ser feito?

Diante do quadro, é necessário que representantes do setor, de entidades empresariais e do governo estudem conjuntamente ações que podem salvar as empresas da quebradeira e preservar os empregos, sem penalizar o consumidor.

Adaptação

Apesar de problemas, a pandemia também trouxe avanços ao setor de transporte de passageiros, como a adaptação de ônibus para assegurar o distanciamento entre os ocupantes, a renovação do ar e a higienização constante dos veículos. Nessa terça-feira, dia 11, ocorreu a primeira viagem do ônibus Biosafe, com adaptações para prevenir o contágio por coronavírus, criado pela Marcopolo, empresa com sede em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul.

No novo sistema, são três fileiras com bancos individuais, no lugar das duas fileiras com dois lugares cada usadas pelos modelos tradicionais, reduzindo a capacidade de 46 para 33 pessoas. A esterilização do sanitário é feita com luz UV-C e acionamento automático logo após o uso. A mesma radiação ultravioleta é emitida internamente no sistema de ar condicionado do veículo, promovendo a desinfecção do ar e de superfícies. Já a instalação de cortinas antimicrobianas entre cada poltrona dá ainda mais segurança aos passageiros. Para diminuir os toques nas superfícies, foram instalados sensores de movimento nas luzes individuais de cada poltrona.

Tecnologia

Toda essa tecnologia embarcada está disponível não só nos veículos que saem da fábrica como também através da adaptação dos ônibus mais antigos. O custo da mudança representa entre 18% e 20% do valor de um ônibus.

Desenvolvimento

A primeira etapa de formulação do plano estratégico para o desenvolvimento da Região Carbonífera teve início nessa terça-feira, dia 11, com um debate virtual entre representantes da Unesc, do Centro Universitário Barriga Verde (Unibave) e de Balneário Rincão. Nesta quarta, será a vez de Içara discutir desafios, potencialidades e sonhos para o município. O encontro virtual ocorrerá das 9 às 12 horas, por meio do link disponibilizado após a inscrição em www.unesc.net/planoicara. A Região Carbonífera tem muitas iniciativas conjuntas de sucesso, como os consórcios firmados entre os municípios, e com o apoio das instituições de ensino o plano pode se tornar mais uma.