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Economia

Andreia Limas: Por que a alta do dólar pesa em nosso bolso?

Efeito da alta do dólar pode ser sentido nos combustíveis e alimentos

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O dólar já vinha apresentando alta desde 2019, mas a disparada ocorreu mesmo com a pandemia e a cotação chegou aos R$ 5,90 em maio do ano passado. Depois, o real conseguiu certa recuperação diante da moeda americana, cotada atualmente na casa de R$ 5,70.

Mas o que nós, que não estamos nesse meio e entendemos pouco sobre o câmbio, temos a ver com isso? Tudo, pois é no nosso bolso que pesa a supervalorização do dólar, que encareceu de combustíveis a alimentos.

Combustíveis

Começando pelos combustíveis, o valor praticado no Brasil está diretamente ligado ao preço do barril de petróleo no mercado internacional, que é atrelado ao dólar. Com a valorização da moeda americana, o petróleo fica mais caro, assim como os seus derivados. E isso se percebe no aumento registrado este ano nos preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. Além do consumidor final, esse aumento também reflete sobre os custos de produção, levando à majoração de uma série de produtos.

Alimentos

O dólar nas alturas eleva também o valor de alimentos. Primeiro porque favorece as exportações, diminuindo a oferta no mercado interno, o que pressiona os preços para cima. Também pelo uso de matéria-prima importada, como no caso do trigo, e de insumos igualmente adquiridos no exterior.

Inflação

O reflexo imediato do aumento de preços é a inflação, que em março ficou em 0,93%, a taxa mais alta para o mês desde 2015, quando atingiu 1,32%. O índice acumula variação de 2,05% no ano e de 6,10% nos últimos 12 meses. Os principais impactos vêm dos aumentos nos preços de combustíveis (11,23%) e do gás de cozinha (4,98%), conforme os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado na última semana pelo IBGE.

“Foram aplicados sucessivos reajustes nos preços da gasolina e do óleo diesel nas refinarias entre fevereiro e março e isso acabou impactando os preços de venda para o consumidor final nas bombas. A gasolina nos postos teve alta de 11,26%, o etanol, de 12,59% e o óleo diesel, de 9,05%. O mesmo aconteceu com o gás, que teve dois reajustes nas refinarias nesse período, acumulando alta de 10,46%, e agora o consumidor percebe esse aumento”, explica o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

Exportações

Por outro lado, o dólar em alta favorece as exportações. Dados divulgados na semana passada pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços mostram que Içara alcançou um índice histórico em março, quando o volume comercializado no mercado externo chegou a US$ 5.602.868, representando um aumento de 105,62% na comparação com março do ano anterior.

Foi também o maior valor exportado em um mês de março entre 1997 e 2021, período em que as informações são disponibilizadas pelo sistema Comex Stat. Anteriormente, o maior volume de exportações em março havia sido registrado em 2017, quando ficou em US$ 4.982.566.

Balança comercial

Na soma dos três primeiros meses de 2021, Içara exportou US$ 13.709.055. Com o desempenho, fechou o trimestre com superávit de US$ 10.563.660 – houve ainda US$ 3.145.395 em importações no período. Na comparação com 2020, as exportações do primeiro trimestre tiveram um aumento de 60,15%, as importações caíram 5,72% e o saldo da balança comercial foi 102,23% maior.