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Economia

Andreia Limas: Por que a inflação segue em tendência de alta?

Inflação de maio chegou a 0,83%, a maior taxa do IPCA para o mês desde 1996

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Os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo IBGE, mostram que a inflação de maio chegou a 0,83%, a maior taxa para o mês desde 1996, quando atingiu 1,22%. O resultado também ficou acima da taxa de 0,31% registrada em abril, levando o índice a acumular alta de 3,22% no ano e de 8,06% nos últimos 12 meses. Mas por que a inflação segue em tendência de alta?

Segundo o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, alguns fatores explicam o aumento, alguns pontuais em maio e outros que vêm interferindo no índice há meses, como os preços dos combustíveis e dos alimentos.

O vilão de maio foi o custo da energia elétrica, que registrou alta de 5,37% devido à combinação da mudança na bandeira tarifária – passando a vermelha patamar 1, após quatro meses de bandeira amarela – e a série de reajustes que houve no final de abril em várias concessionárias o país. Por aqui, os reajustes da Celesc e da Cooperaliança estão previstos para agosto.

Combustíveis

O segundo maior impacto no índice no mês passado veio do grupo transportes, sobretudo pela alta de 2,87% da gasolina. “Houve recuo, em abril, porque no fim de março houve duas reduções no preço da gasolina nas refinarias, mas depois houve outros reajustes, que acabam chegando ao consumidor final”, explica Kislanov. Também houve aumento nos preços do gás veicular (23,75%), do etanol (12,92%) e do óleo diesel (4,61%).

Alimentação

O grupo de alimentação e bebidas, que já havia tido alta de 0,40% em abril, registrou inflação de 0,44% em maio, puxada pelos preços das carnes. Com aumento de 2,24% no mês passado, o item acumula alta de 38% nos últimos 12 meses.

INPC

Para as famílias com rendimentos de um a cinco salários mínimos, o impacto da inflação foi ainda maior. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que abrange esse público, teve alta de 0,96% em maio, acima do resultado de abril, quando havia registrado 0,38%. O resultado de maio é o maior para o mês desde 2016, quando registrou 0,98%. O índice acumula, no ano, alta de 3,33% e de 8,90% em 12 meses. Vale lembrar que o INPC serve como base de cálculo para o reajuste salarial.

Recuperação

Se por um lado há a preocupação com a inflação e seus impactos na economia, outros dados divulgados pelo IBGE mostram que Santa Catarina mantém a recuperação mostrada em diferentes setores econômicos desde o segundo semestre do ano passado. No acumulado entre janeiro e abril, o Estado apresenta o segundo maior crescimento no setor de serviços do país, 13,7%, mais que o triplo da média nacional, que foi 3,7%, em comparação com o mesmo período de 2020. Na variação acumulada em 12 meses, o setor registrou incremento de 2,3%.

Indústria

Já a indústria de transformação apresenta o melhor desempenho do país no ano, com uma expansão de 24,4%. Além disso, o setor fechou abril com aumento de 50,5% na produção industrial na comparação com o mesmo mês de 2020. Foi a quinta maior taxa do Brasil e representa um avanço significativamente maior que a média nacional (34,7%).

A alta foi impulsionada por setores como de metalurgia; fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias; fabricação de produtos têxteis; fabricação de produtos de minerais não-metálicos; fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos. No acumulado de 12 meses, a indústria catarinense registra crescimento de 6,6%, enquanto a média brasileira foi 1,7%.

Comércio

A tendência de alta também se verifica no comércio. As vendas do comércio varejista ampliado, que engloba todas as atividades, inclusive materiais de construção e veículos, subiram 36,8% em Santa Catarina em abril, na comparação com o mesmo período de 2020. No acumulado do ano, a alta foi de 14%, maior que a do Brasil, que registrou 9,2%. Já a variação acumulada dos últimos 12 meses apontou um crescimento de 8,9%.

Em receita nominal, o comércio varejista ampliado cresceu 2,7% em abril, frente ao mês anterior, e 54,4% na comparação com o mesmo mês de 2020. Na variação acumulada no ano, Santa Catarina cresceu 26,5% e 16,3% na soma dos últimos 12 meses.