De acordo com a Pesquisa de Intenção de Compras para o Natal, realizada pela Fecomércio-SC, 28,4% dos consumidores catarinenses pretendem pagar com cartão de crédito os presentes que vão adquirir, seja à vista ou parcelado. Mas ao optar por essa forma de pagamento, é necessário analisar o quanto será comprometida a renda.
“O cartão de crédito é a forma de pagamento mais fácil que existe e também permite controlar os gastos, pois a fatura vem com as despesas detalhadas. Considero um aliado nesse sentido”, afirma o economista Dimas de Oliveira Estevam, professor dos cursos de Ciências Econômicas e de Administração da Unesc.
Contudo, Dimas alerta que o cartão ainda continua com a taxa de juros mais alta. Segundo o Banco Central, a taxa praticada varia de uma instituição financeira para outra, indo de 37,67 a 498,32% ao ano, no caso das compras parceladas, e de 8,08 a 857,95%, no uso do rotativo.
“As pessoas precisam ter cuidado com isso, além de evitar o endividamento com o cartão de crédito e com o cheque especial. Conheço muitas pessoas que se perderam no uso do cartão ou cheque e não conseguiram mais pagar, com as correções e juros sobre juros”, expõe Dimas.
O especialista ainda chama a atenção para os impactos que o endividamento provoca. “O endividamento é causa de doenças, separações, desavenças entre os membros da família, traz consequências muito negativas. É ruim também para o comércio, que perde muito com a inadimplência. O não pagamento é ruim para todos e afeta a economia de forma negativa”, pontua.
Mais de 123 milhões de cartões ativos
Conforme o Banco Central, no fim do ano passado havia 123 milhões de cartões de crédito ativos no país, representando aumento de 18% em relação a 2018. Os dados são das Estatísticas de Pagamentos de Varejo e de Cartões no Brasil, os números oficiais mais recentes, e apontam ainda que 24,3% das operações com crédito foram realizadas por meio do cartão.
Os brasileiros gastaram R$ 1,089 trilhão nas transações com cartão de crédito no ano passado, considerando apenas as compras dentro do Brasil, um avanço de 23,2% na comparação com 2018. O Banco Central ainda não divulgou números relativos a 2020, mas o mercado de cartões vem crescendo ano a ano e, além disso, ganhou um impulso extra com a pandemia de coronavírus e o aumento das compras on-line.
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