logo logo

Curta essa cidade!

HUB #IÇARA

Venha fazer também a diferença!

Comunicação + Conteúdo + Conexões

Acessar
Economia

Catadores serão recadastrados

Compartilhar:

De mãos trêmulas, Odenam Antônio Patrício cumpre uma jornada diária pelas ruas centrais de Içara. Com uma carrocinha acoplada em uma bicicleta, ele recolhe materiais de papelão e latinhas. E assim, complementa em quase R$ 200 o benefício que recebe desde que sofreu um derrame, há seis anos. O problema de saúde afetou o lado direito do corpo, assim como a memória. “Antes conseguia fazer contas de cabeça. Sabia todas as tabuadas”, diz ele. “Agora, perco o raciocínio em algumas vezes”, ainda completa após uma pausa.

Mesmo com as dificuldades do dia-a-dia, Odenam não larga o trabalho. Pois dele depende o sustento também da companheira, Elide Fátima Gonzaga, de 55 anos. O casal mora no bairro Nossa Senhora de Fátima, onde todo o material recolhido é retirado após ser comercializado. Cada quilo de papelão representa R$ 0,12 no orçamento familiar. Já as latinhas rendem um pouco mais. Valem R$ 2 por quilo.

Para contornar o calor, o senhor de chapéu branco e 59 anos abre um pouco mais a camiseta. Deixa poucos botões presos. Nas mãos, os calos são visíveis e não há nenhum material de proteção. Durante os anos em que atua nas ruas de Içara, nunca recebeu um curso de capacitação. Mas não se preocupa com isso. Sabe que pode contrair doenças. Mas esta ansioso. Aguarda é pelo fim da jornada como catador de papelão e latinhas. E anuncia já uma possível data para a aposentadoria: “Pode ser que venha no ano que vem”.

Assim como Odenam, há uma legião de trabalhadores que estão espalhados pelo município e que sobrevivem com a reciclagem. Fazem isso com a intenção de obter retorno financeiro. Mas, acabam também contribuindo com o meio ambiente.

Em Içara, a categoria não está em nenhum cadastro atualizado da Prefeitura. Conforme o coordenador da Vigilância Sanitária de Içara, Gilmar Ghisland, o último levantamento é de 2005. E, por isso, deverá ser refeito no próximo ano. Uma metodologia já está em fase de elaboração. O compromisso foi assumido após uma reunião convocada há duas semanas pelo vereador André Jucoski (PSDB), em que também esteve a gestora de Saúde, Mira Dagostim.

Preocupado, o legislador pede até mesmo a disponibilização de Equipamentos para a Proteção Individual, os chamados EPIs. Mas, este é um ponto que não pôde ser garantido ainda. Isto porque não é uma política do Sistema Único de Saúde (SUS). Tampouco, avalia Mira, seria justo contribuir apenas com uma categoria profissional. Segundo ela, a principal meta é tentar unir os catadores numa cooperativa para que, assim, o município realize a coleta seletiva do lixo.