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Eles escolheram Içara para viver

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Há dez anos a costureira Neuma Vieira da Silva, 50 anos, resolveu trocar o agito de São Paulo (SP) para residir em Içara. Natural de Senador Pompeu, em Fortaleza, por 18 anos viveu na capital paulista, trabalhou por algum tempo como cozinheira em um restaurante, local onde conheceu seu atual marido, Adão Leandro Pacheco e recebeu o convite para residir na Capital do Mel.

Ele solteiro e ela divorciada, resolveu aceitar a proposta. Decisão que segundo Neuma, não se arrepende. “Minha vida lá estava ótima, vim mesmo por causa dele. No momento que mudei até estranhei um pouco, mas hoje não sairia daqui. É um local que possui muita paz e transmite tranqüilidade”, diz ela que atualmente reside na Lagoa dos Freitas com o marido e o filho de oito anos. Costureira por profissão, a adaptação na cidade conforme ela foi fácil, principalmente com relação a empregos.

“Atuei em empresas, mas depois resolvi costurar em casa mesmo. Consegui muitas clientes”, diz satisfeita. E a mesma cidade que acolheu Neuma em sua chegada é a mesma que está lhe ajudando num momento difícil. O tratamento de saúde de seu filho. O garoto está com aneurisma cerebral e precisa passar por uma cirurgia que custa R$12 mil, para retirar um coágulo da cabeça. Parte deste valor, Neuma e o marido conseguiram com um bingo e doações. “Ainda falta R$2 mil, mas considero as pessoas aqui muito humanas. Recebi muita ajuda encontrei pessoas maravilhosas”, diz satisfeita.

Todas as manhãs, Luciana Alves Rodrigues, 26 anos, sai de sua casa, no bairro Nossa Senhora de Fátima e segue até o Centro da cidade, onde trabalha num edifício como zeladora. A rotina é recente, faz só quatro meses que ela trabalha no local, mas é tão boa que por enquanto ela não pensa em alterar. “Onde eu morava a cidade é muito grande e existia criminalidade”, diz a zeladora, justificando as vantagens de morar em Içara, já que veio de São José de Rio Preto (SP).

Há cinco anos na cidade, mudou-se por causa do marido que possui família aqui. “Em Içara é muito mais fácil ganhar a vida, a área de educação e saúde é muito melhor. Uma cidade excelente para se viver comparando onde eu morava antes”, diz ela. Com o salário dela e do marido que trabalhava como pintor, o casal consegue sustentar a casa e as duas filhas de oito e nove anos. “Sem contar que aos finais de semana saímos juntos para fazer lanche e ir para praia pescar. Cedinho a gente sai de casa e voltamos no finalzinho da tarde. É muito bom e divertido”, considera Luciana.

Primeiro chegou um cunhado para trabalhar na construção civil, um mês depois veio à irmã que conseguiu uma colocação como empregada doméstica. Diante das qualidades ditas pelos dois referentes às vantagens de se morar em Içara, a paraense Maria Solange Ribeiro Silva, 36 anos, tomou coragem e se aventurou. Deixou para trás sua vida na cidade de Capanema para buscar novas oportunidades e segundo ela, encontrou aqui. Residindo em Içara há dois anos, logo que se instalou já conseguiu emprego como doméstica em uma casa de família onde permanece até o momento.

“Eu vim de uma cidade que trabalhar com carteira assinada é muito difícil. A gente faz muito bico. Sobrevivia com R$200,00 mensais e contava com ajuda de minha família para melhorar a renda. Mas é assim, em cada lugar que se mora a gente vive de acordo com a renda per capita”, diz Solange que atualmente tem carteira assinada, recebe em média R$750,00, por mês. Valor que conforme ela consegue sustentar a casa e as três filhas de seis, oito e 17 anos e manter o aluguel de uma casa no bairro Jardim Elizabete.

“Minha filha mais velha também trabalha e ajuda com as despesas. Com certeza, aqui estou bem melhor. A cidade é acolhedora e se formos comparar as questões financeiras, moradia, educação e saúde têm mais vantagens. Minha menina de oito anos aprendeu a ler aqui, a educação no Pará é mais precária”, comenta Solange. E completa. “Hoje não troco Içara por nenhuma cidade. Gosto de Capanema, mas não tenho vontade de voltar. Ainda não bateu saudade”, diz ela.

As informações de que o município de Içara estava em franco crescimento, se destacando entre os municípios da região e considerada boa para se morar, partiu de um amigo ortopedista que residia em Araranguá. As referências fizeram com que o fisioterapeuta Milton Ricardo De Medeiros Fernandes, analisa-se as qualidades para quem sabe mudar-se um dia para a região. As conversas iniciaram em 2001, período em que Milton, residia em Santa Maria (RS), mas a cada 15 dias viajava para Joinville, devido a sua pós em Ortopedia e Traumatologia.

“Na volta para minha cidade, o ônibus fazia uma parada em Içara, ali no Posto da Pluma na Vila Nova. Para mim, Içara era só aquilo ali. Não imaginava que se estendia para outros lados. Vim de uma cidade grande com 300 mil habitantes e morar em uma cidade pequena não fazia parte dos meus planos”, recorda. No final do mesmo ano, o fisioterapeuta foi convidado por um amigo para montar uma clínica em Lages (SC).

“Mas acabei lembrando de Içara e pensei: porque não investir lá”, conta ele que fez contato com profissionais da área de saúde da região para saber se valia a pena o investimento e as respostas foram todas positivas”, conta. Em janeiro de 2002, os então sócios vieram conhecer a cidade de perto, no mês seguinte alugaram uma sala e abriram a clínica. Milton afirma que o início foi difícil, até mesmo por não serem conhecidos, mas aos poucos os pacientes foram chegando. “ Começaram a perceber que nosso trabalho era de qualidade”, fala satisfeito. O negócio cresceu tanto que tiveram que alugar uma sala mais ampla devido ao rápido crescimento. “ Na época acho que havia carência de profissionais”, acredita o fisioterapeuta.

Claro que algumas coisas, ele precisou se adaptar, principalmente relacionada à falta de cultura e diversão. “Sair para jantar é complicado e para pegar um cineminha somente em Criciúma. Ah estranhava também, o fato do comércio fechar ao meio dia e algumas lojas deixarem expostas em frente algumas mercadorias. Nossa se fosse em Santa Maria, quando voltasse não encontraria nada. Bem que em Içara hoje em dia a questão de segurança está complicada”, reflete.

Em 2007, se inscreveu no concurso público para a Prefeitura, passou e acabou por desfazer a sociedade. Atualmente Milton reside com a sua esposa, içarense e com a filha de oito anos, no Balneário Rincão e conta que buscar incentivar amigos e a família a viram para cá. Tanto que um irmão formado em educação física já está na cidade há um ano e os pais adquiriram uma casa na praia. “Tem coisa melhor? Moro no litoral, próximo a serra e em meio a duas capitais”, questiona feliz da vida.

Do Japão para a Capital do Mel - Há seis anos residindo no Japão, o comerciante Mario Yen Hung Chao, 42 anos, que é Chinês, mas naturalizado brasileiro, arrumou as malas e veio para Içara passear. Num primeiro momento, era apenas para conhecer os familiares de sua esposa até que resolveu fixar residência, onde está há três anos e sete meses. “Vim conhecer o meu sogro, na verdade era para ficar somente quatro meses no Brasil para visitar amigos e parentes. Minha passagem e de minha esposa já estava marcada para a volta”, diz ele.

Após três meses, Mario entrou em contato com a fábrica no Japão e lhe aconselharam a não voltar devido à crise. “Trabalhávamos numa fábrica de autopeças para todas as marcas como Honda, Suzuki, Toyota. São peças para armação de vidro elétrico e manual e outras peça também. Dos 70 brasileiros que estavam lá 20 restaram 20”, comenta. Com isto, resolveu perder as passagem de volta e começar do zero aqui no Brasil.

Diante da situação e também por ter gostado de Içara, Chao comprou uma casa e uma lan house. O comerciante afirma que no começo tudo é muito difícil. “Dirigir era tudo ao contrário. Demorei uma semana para me acostumar, sem contar à comida que era salgada”, recorda. Por ter morado nos Estados Unidos, Japão, China e no Brasil, Chao não tem dúvidas que o melhor lugar para se viver é o Brasil. “E Içara por ter me acolhido”, finaliza.