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Economia

Fumicultores amargam com desvalorização

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O baixo valor oferecido pelo fumo está forçando agricultores da região a estocarem a produção para evitarem prejuízos. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Içara, Jair De Stefani, o preço pago por algumas companhias chega a ser R$ 2 abaixo do praticado no ano passado. Por isso é insuficiente para cobrir os custos de produção em lavouras de menor porte.

“Em Içara, foram colhidas aproximadamente 7 mil toneladas na última safra. Se a diferença fosse de apenas R$ 1 já teríamos um prejuízo de R$ 7 milhões”, compara. A qualidade inferior do fumo é um dos principais fatores para a queda do valor. “Foi causada por problemas climáticos na época em que a planta estava se desenvolvendo. Quando foram colher, o fumo saiu preto, o que não tem uma boa aceitação”, explica.

O surgimento de novos polos de produção em outras regiões também contribuiu para a queda do produto em Içara, onde 85% da produção é destinada à exportação. “Hoje há produção na China e países da África. Tudo isso ajudou a agravar a situação dos nossos produtores. Algumas pessoas até mandaram o fumo, mas por não terem muita qualidade, acabaram recebendo de volta”, relata, acrescentando que o custo da mão de obra também resultou no revés.

Atualmente, 700 famílias dependem da fumicultura no município. Caso a situação não melhore no próximo ano, o presidente acredita que as lavouras serão reduzidas. “Os que possuem uma boa estrutura deverão continuar produzindo, mas os menores vão ser obrigados a parar”, observa.

Ezio Budny finalizou a colheita em dezembro, mas ainda restam dez toneladas a serem escoadas. “No fim a gente é obrigado a vender por esse valor. Não tem mais como deixar guardado”, conta o fumicultor de Linha Zilli. “Os compradores nos dizem que é por culpa de mercado. O complicado é que aumenta o valor para produzir e o preço do fumo baixou”, complementa.

No último ano, o agricultor cultivou 30 hectares. Com o agravamento do mercado, ele considera diminuir a área para a próxima safra. “Eu vou plantar, mas penso em reduzir até 30% para evitar um prejuízo maior. Enquanto isso, a gente procura investir em outras culturas, como o feijão e milho”, explica Budny.