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O crescimento de Içara nos últimos anos ficou evidente até para quem vive todos os dias a rotina da cidade. Quem vem de fora, no entanto, percebe ainda com mais clareza. E esse crescimento agora pode ser comprovado por números. A arrecadação de impostos federais alcançou, em 2010, a cifra recorde de R$ 144.212.28,00 em Içara. Para se ter uma ideia, esse número é 631% maior do que o registrado em 2000, quando as receitas federais na cidade alcançaram apenas R$ 22.853.228,00.

Esses dados refletem o impacto da industrialização intensa ocorrida principalmente na segunda metade da década já que grande parte desse montante decorre do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) e do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ). As cifras colocam Içara na 22º posição em Santa Catarina nesse tipo de arrecadação e a segunda no Sul do Estado. Fica para trás apenas por cidades como Araranguá e Tubarão. O crescimento nas receitas de 2009 para 2010 foi de 18,28%.

O grande salto, no entanto, ocorreu entre 2007 e 2009, quando começaram a ser sentidos os impactos da vinda de grandes empresas para os distritos industriais. A arrecadação de impostos federais passou de R$ 59,9 milhões para R$ 122 milhões. Do único distrito industrial até então – no Bairro Aurora – foram criados outros em Primeira Linha, Pedreira e Poço Três, além da expansão do primeiro. As obras da BR-101 Sul também foram concluídas com bastante antecedência em relação à outras cidades concorrentes. Isto deixou a posição logística de Içara ainda mais atraente.

Embora o crescimento industrial puxe o desenvolvimento de Içara nos últimos anos, o setor de serviços continua sendo a principal atividade econômica. E também apresentou números animadores. Entre 2000 e 2008, o Valor Adicionado Bruto (VAB) do setor passou de R$ 109,2 milhões para R$ 339,8 milhões. Os dados são da Secretaria de Estado da Fazenda e não contemplam as cifras referentes à 2009 e 2010. O crescimento desses números, no entanto, não teve um grande salto, como no caso da arrecadação federal. O crescimento foi quase homogêneo de um ano para o outro.



CRESCIMENTO - Para o vice-prefeito, José Zanolli, que responde pela pasta da Secretaria de Indústria e Comércio interinamente, o principal objetivo é manter o ritmo de crescimento. Para isso, a equipe da secretaria já preparou uma série de dados preliminares que serão enviados ao prefeito Gentil da Luz nos próximos dias e prevêem a desapropriação de 23 hectares de antigas áreas da Carbonífera São Domingos na às margens do Acesso Sul do Balneário Rincão, no Poço Oito. A 1ª Vara da Fazenda de Criciúma já determinou a alienação dos bens da empresa que entrou em processo de falência.

São áreas degradadas que demandam poucos investimentos da Administração Pública para que fiquem propícias à atividade industrial, mas sem muita serventia para a agricultura. “É um investimento para o futuro. Uma precaução. A localização é ideal para um novo distrito industrial. Demanda alguns investimentos, especialmente na terraplanagem dos terrenos, mas os números do crescimento da arrecadação federal em Içara mostram que são investimentos que trazem retorno e irão garantir a continuidade do crescimento de Içara”, explicou. De acordo com ele, existem ainda outras áreas que poderão ser aproveitadas no futuro.

Para o novo presidente da Associação Empresarial de Içara (Acii), Agenor Sartori Castagna, é fundamental que o titular da Secretaria de Indústria e Comércio assuma o cargo com urgência. “Precisamos de alguém dinâmico, que pense como empresário e que busque novas empresas para Içara”, disse. Segundo ele, a Acii está atenta aos números, tanto que, a entidade solicitou na última Audiência Pública que discutiu a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) a manutenção de investimentos nos distritos industriais. “É um trabalho que demanda a participação não apenas da Acii e da Prefeitura, mas de todas as entidades”, finalizou.


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