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Economia

Intoxicação alimentar pode ser virose

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O assunto foi capa de jornais e rendeu repercussão estadual. Em menos de uma semana, a possível intoxicação alimentar ocorrida nos clientes do Mek’s Lanches fez o movimento cair. Um dos sócios, Élvis Marques, contabiliza uma queda de até 70% na venda de lanches.

De acordo com Élvis, o estabelecimento estava se recuperando dessa crise. Porém, ele se deparou com outro problema: a mentira. Os boatos de que havia coliformes fecais nos lanches foram publicados e divulgados nas emissoras de televisão e rádio da região. Um dos funcionários que estava de folga foi acusado de ter iniciado a epidemia. As hipóteses sem fundamento foram repassadas de boca-a-boca.

Élvis prefere não relatar o quanto teve de prejuízo. “No rádio, disseram que somos inexperientes. Estamos há mais de sete anos nesse ramo e fomos chamados de novatos”, desabafa Élvis, que trabalha com a produção de x-saladas há 11 anos.

Questionado sobre possíveis demissões, o sócio-gerente se mostra otimista. Diz que logo irá recuperar a confiança dos clientes. Enquanto isso, metade de sua equipe está de férias.

A trajetória da lanchonete em Içara iniciou em 2001. Na época, o Mek’s estava localizado há uns 50m da Avenida Procópio Lima, no Centro de Içara. Já no primeiro ano, o movimento aumentou tanto que o espaço ficou pequeno. Os sócios Élvis e José Nélson decidiram investir em um ambiente mais amplo. Criaram um novo ponto há uns 100m de onde haviam iniciado a empresa. “Planejávamos ampliar a venda de lanches neste ano. Por causa dos comentários, vamos ter que recomeçar quase do zero”, explica.

O que de fato pode ter ocasionado a epidemia?
Élvis: Acredito que não se trata de uma intoxicação alimentar. Até onde sei, muitas pessoas pegaram uma virose em que os sintomas eram muito parecidos com os de uma intoxicação. Conheço pessoas de outras cidades que não consumiram nenhum lanche e, mesmo assim, sentiram dores abdominais.

Em que produtos foi encontrada a bactéria salmonela?
Élvis: Pela análise da Vigilância Sanitária, há salmonela na carne in natura, que não foi manuseada ainda. Porém, isto é normal. O frango analisado foi recolhido do mesmo modo como veio do frigorífico. Se esta carne fosse utilizada, a bactéria não faria efeito a ninguém. Após receber o tempero e ser aquecida na chapa a 180º, a salmonela é eliminada.

Então, porque você acha que surgiram tantas pessoas com os sintomas de intoxicação?
Élvis: O problema ganhou dimensão quando foi divulgado na televisão. Por causa disso, o hospital passou a realizar mais atendimentos. Surgiram casos de intoxicação alimentar até na quinta-feira. Ninguém considerou que a salmonela se manifesta em até 7h após o contágio. Teve gente que apareceu na TV e nem sequer consumiu um lanche naquele domingo. Tivemos a nossa imagem exposta em todo o estado de forma irresponsável. No rádio, alguns programas debateram sobre o assunto durante a semana inteira.

Porque a empresa não emitiu nenhuma nota sobre o assunto?
Élvis: Não tínhamos os resultados das análises feitas pela Vigilância Sanitária. Por isso, ficamos calados em meio ao monte de asneiras que as pessoas inventam. Na verdade, até agora ainda não recebemos o resultados das coletas de água. Mesmo assim, não podemos nos manifestar sem provas do que aconteceu. Estaríamos cometendo a mesma injustiça que fizeram com a gente.

Qual os cuidados que os seus funcionários têm com a higiene?
Élvis: Existem cinco pessoas que mexem na carne. Elas utilizam luvas cirúrgicas para evitar qualquer contato com o produto. Na hora da montagem não há contato com o alimento. Todo o manuseio é feito com espátula. Além disso, a nossa cozinha pode ser vista pelo cliente.

Segundo o que saiu na mídia, um dos funcionários estava doente. Ele poderia ter passado a bactéria aos clientes?
Élvis: Realmente havia um garçom doente. Mas ele estava de folga no dia 13. Mesmo que estivesse com salmonela e tivesse trabalhando, seria improvável que ele passasse a bactéria para os consumidores. Os garçons não têm contato direto com a comida.

Vocês utilizam maionese caseira? Isto poderia ter ocasionado a epidemia?
Élvis: As pessoas acham que fazemos molhos caseiros. O que servimos para acompanhamento é maionese. Ela vem em baldes e é industrializada. A única coisa que fazemos é colocar temperos na hora de servir. Por isso, essa hipótese está descartada. Acreditamos que a intoxicação tenha sido realmente uma virose.

Você acompanhou o atendimento médico? Como o assunto foi tratado no Hospital São Donato?
Élvis: Nenhum exame foi realizado para constatar que as pessoas estavam com intoxicação alimentar. As atendentes só perguntavam se o paciente havia consumido lanche no domingo. Um simples exame de sangue poderia ter detectado a verdadeira causa da epidemia.

O Mek’s irá entrar na justiça alegando difamação e prejuízos econômicos
Élvis: Estamos esperando o restante dos laudos para avaliar esta hipótese.