logo logo

Curta essa cidade!

HUB #IÇARA

Venha fazer também a diferença!

Comunicação + Conteúdo + Conexões

Acessar
Economia

Mel: Içara menos doce

Compartilhar:

Conhecida nacionalmente como a Capital do Mel, Içara já não é considerada a cidade mais doce do país. O título foi perdido em 2006, com uma extração bruta de apenas 170 toneladas, segundo relatório do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), agora vale somente em âmbito estadual. No relatório anterior, do ano de 2003, a cidade ostentou a maior extração do produto com 600 toneladas.

Conforme o apicultor da região da Boa Vista em Içara, Rodrigo Borges, a abelha é muito sensível. E a produção do mel está intimamente ligada às condições do tempo. “Este ano está sendo um dos piores que já tivemos”, lamenta. A colheita iniciada em abril e com seguimento até junho prejudicou praticamente os 35 produtores do município. No caso de Rodrigo, ele coletou pouco mais de sete quilos de mel por caixa. Mas, esperava pelo menos 40 quilos. “Para produção em quantidade e com boa qualidade, o tempo não pode ser chuvoso e as temperaturas muito altas”, comenta. O apicultor mantém 1,8 mil caixas com colméias de até 500 mil abelhas. Com o mel vendido a R$ 3,80 o quilo, o prejuízo poderá chegar a mais de R$ 225 mil.

Apesar de reduzida, a produção local do mel tem mercado garantido. Os maiores compradores são os Estados Unidos, Canadá e União Européia. A empresa Apis Nativa de Araranguá, por exemplo, nos últimos dois anos exportou 7 mil toneladas do produto. Conforme a responsável pelo departamento de vendas, Katrine Darós, cerca de 90% do mel produzido é levado para fora. “Para isto, mantemos parceria com 20 apicultores do município. Ao todo são 230 produtores de mel em todo o estado. Do produto são desenvolvidos mais de 70 itens, como hidratantes corporais, balas e até xampus”, revela.

Ainda conforme Katrine, o mercado exterior ficou parcialmente fechado aos brasileiros por dois anos. E, isto ocorreu junto com a queda na produção de Içara. O embargo foi promovido em 2006 pela União Européia. Isto porque o Brasil não tinha um Programa Nacional de Controle de Resíduos. “Em 2008, as atividades voltaram ao normal. E, em maio do mesmo ano, a Apys Nativa foi a primeira empresa brasileira a retornar a exportar para o mercado europeu”, conta ela.


Na edição 354 do Jornal Gazeta você também confere:

Jornal Gazeta

» GERAL: Famílias atingidas pela chuva esperam por doações

» GERAL: Sai a água, ficam os buracos