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Do sul ao norte sob duas rodas

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Conhecer o Brasil, levando o nome de Içara a todos os cantos do país. O que para muitos é coisa de maluco, para José Thomé, de 45 anos, é uma realidade. Entre os seus destinos mais distantes está São Luiz (MA) e Belém (PA). Os dois locais foram alcançados em viagens distintas. A próxima meta é chegar à capital baiana, Salvador. Para tornar o sonho uma realidade, ele trabalha com limpeza de lotes. Por este motivo ele acumula dois apelidos: José do Pedal e José da Roçadeira. Porém, o dinheiro que recebe nos serviços que faz não é suficiente para conseguir se manter em sua viagem.

As últimas jornadas foram financiadas por pequenos colaboradores. Em 2005, ele percorreu, em um ano, mais de 5 mil quilômetros. Saiu de Içara com apenas R$ 100 e, por onde passava, contava com a colaboração de outros comerciantes. “Os patrocínios que recebo são peças para a bicicleta, ou para eu usar”, revela. “Na viagem para São Luiz (MA), fiquei hospedado na casa de alguns amigos que fiz. Então eles me deram pneus novos”, completa.

O percurso Içara (SC) / Salvador (BA) deverá ser diferente. Ele pretende conseguir dinheiro suficiente para conseguir um pouco mais de conforto do que o obtido em suas últimas viagens. Em certas cidades, ele não pôde contar com pessoas solidárias. Sua cama então, foram espaços escuros em postos de combustíveis. “Forrava o chão com papelão e dormia ali”, completa.

Foi em uma destas situações que José teve a sua pior experiência. Na região Norte de SC, ele pediu abrigo ao dono de um posto de combustível. Com o aval do proprietário, se instalou em um canto do local. À noite, acabou sendo o alvo dos funcionários do Posto. Em meio a realização de um sonho, veio o pesadelo. Seu corpo não guarda mais os hematomas dos golpes que sofreu. Porém, as lembranças deste fato ainda estão marcadas em sua mente.

Os obstáculos encontrados são transformados em aprendizado. Nos 44,5 mil quilômetros já percorridos desde a sua primeira pedalada, foram visitados cerca de dez estados. Além do pouco dinheiro que leva para a sua jornada, José também carrega uma pasta, roupas e força de vontade. Em cada cidade que passa, acumula comprovantes de sua estadia no local. Os ofícios que comprovam sua viagem foram assinados por prefeitos, chefes de gabinete, delegados e integrantes de diversos ramos da sociedade local. Em suas costas, uma bandeira representa os içarenses colaboradores que acreditaram em sua ambição.

“Comecei a paixão por bicicletas porque nunca pude ter um triciclo motorizado. Então, sempre ornamentei e enfeitei o meu meio de transporte, a bicileta, para ficar mais bonito”, revela José.

A primeira viagem feita pelo içarense, quando tinha 15 anos, foi para Joaçaba (SC). Conforme José, a volta para a sua cidade foi problemática. Sua bicicleta era equipada com um freio de pé. Por este motivo, a corrente esquentou. “Coloquei água para esfriar, porém acabei estragando as peças que estavam muito quentes”, destaca.

Atualmente, a bicicleta utilizada é outra. O equipamento simples deu lugar a um com design diferenciado. O freio de pedal deu lugar a um à disco. Os retrovisores foram colocados próximos ao eixo da frente. Para enfeitar, dois mísseis estão instalados próximos ao sistema de frenagem. No guidão, dois velocímetros controlam a pressa de José. Placas de acrílico protegem os medidores de velocidade, e possibilitam o suporte dos óculos do ciclista içarense.