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Milton Mendes até o retorno ao São Januário

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Milton Mendes deixou Içara na adolescência para ser jogador de futebol. Mas ainda mantêm recordações da cidade, dentre elas, lembranças dos jogos no Estádio da Colina e no Estádio Diomício Freitas. Ele estreou profissionalmente na carreira através do Vasco em 20 de março de 1984. Na época, tinha 19 anos. Chegou a ser emprestado ao Criciúma, retornou ao clube carioca e ficou até 1987. Depois de 30 anos, está de volta ao São Januário. Agora como técnico. “Podem esperar um içarense que vai levar o nome da cidade para onde for possível”, promete.

“Sempre fui jogador de futebol. E dentro do esporte, tinham outras vertentes que eu poderia optar. Ser técnico foi uma consequência. Estudei para isso”, indica. Segundo Milton, a caminhada não foi fácil. Exigiu esforço e paciência. “É preciso abdicar de muitas coisas que os jovens gostam. Desde os meus 14 anos passei em concentração. Abri mão de muita coisa”, relembra. “Penso muito alto, trabalho e me dedico. Sempre digo aos atletas que sonhar alto, sonhar grande e pequeno dá o mesmo trabalho”, acrescenta.


“Não é compatível a um profissional de elite a bebedeira. Existe o jogador de futebol e o atleta profissional”, ressalta Milton Mendes

Milton atuou como lateral e zagueiro profissional até 2000. Foram 16 anos, dos quais, 13 no exterior. Em Portugal, passou pelo Louleano, Beira-Mar, Belenenses, União da Madeira, SP. Espinho, Camacha, Câmara de Lobos e, por último, o Machico, onde estreou na função de técnico em 2001. Como treinador em terras lusitanas, esteve também no Bom Sucesso e Marítimo. “O Brasil é muito rico em nível técnico. Na Europa a prioridade é maior na parte tática. Essa é a principal diferença”, compara.

Em sequência, Milton acrescentou no currículo o Qatar Sports Club, Al-Shahaniya Sports Club, Paraná Clube (PR), Ferroviária (SP), Atlético Paranaense (PR), Kashiwa Reysol (Japão) e Santa Cruz (PE). “Sempre busco fazer o melhor nos clubes onde eu trabalho. Não adianta querer galgar um passo maior do que eu”, afirma. E será que neste currículo cabe a Seleção Brasileira? “Temos treinadores muito bons no Brasil”, despista. “Neste momento só penso no Vasco. É o meu maior desafio. Aqui a participação da torcida é muito forte”, acrescenta.


Talento revelado entre os primos

Para os familiares, Milton Mendes é o Ita. Ele começou a se destacar ainda na infância. Era o mais jovem jogador de futebol de salão do Torneio de Primos da Família Réus, realizado anualmente a mais de quatro décadas em Içara. Além disso, jogou prematuramente futebol de campo e de salão na Associação São Luiz com o treinador Altair Pacheco. Em competição, chamou atenção do técnico Vanderlei Brunel e foi levado então ao Comerciário.

Ita ficou aproximadamente três anos nas escolinhas de base de Criciúma, mas sem aproveitamento, foi incentivado pelo tio Bernado Mendes e levado para Porto Alegre (RS), onde fez teste no Grêmio e no Inter. Passou no Colorado e, aos 12 anos, deixou a casa dos pais Martinho Mendes e Eugênia Réus para morar no Beira Rio. “Às vezes fazíamos uma caravana para visita-lo”, lembra o patriarca. “Tudo valeu a pena, pois continua um bom rapaz”, afirma.

No vestiário, Milton prefere palestras curtas. “Geralmente duram 15min. É o momento apenas de recapitular os treinos”, resume o técnico. Da mesma forma, os contatos com a família também costumam ser sucintos, mas proveitosos. “A gente se fala ao telefone duas a três vezes por semana. Às vezes fico alguns dias com ele. Em breve estaremos juntos novamente”, avisa Martinho. Além disso, uma vez a cada semestre os pais e irmãos José Dilnei, Martinho Filho, Mhanoel, Marcos, Maria do Carmo e Maria das Dores também o recebem para matar a saudade.


Aos 51 anos, Milton Mendes é casado com a criciumense Valéria Martins. A esposa reside na Ilha da Madeira, em Portugal, com os filhos do casal: Diego e Lara.

Jogador e técnico premiado

O primeiro título profissional de Milton ocorreu em 1986, na época, com o Vasco da Gama na Copa Ramon de Carranza e na Copa Rio. Ao cruzar o Oceano Atlântico rumo a Portugal, foi campeão também com o Louletano na Copa Algaverde e Copa da Angola; além da Madeira Copa, inclusive, eleito melhor jogador estrangeiro no União Madeira na temporada de 1992/1993.

Como técnico, venceu o Torneio de Alexandria, Tornemant Guadiana Spain Champion e Qualificado Copa em Portugal. Foi campeão também no Qatar. Já no Brasil, subiu a Associação Ferroviária de Esportes para a Série A1 Paulista em 2015 e foi eleito o melhor técnico. No ano seguinte, venceu a Copa Nordeste, o Campeonato Pernambucano e recebeu o prêmio de melhor treinador no estado com o Santa Cruz.


Santa Cruz foi campeão pernambucano em 2016 com um empate sem gols diante do Sport devido a vantagem de 1x0 no jogo anterior. Na Copa do Nordeste, decisão ocorreu com 2x1 no turno final e 1x1 no duelo de volta contra o Campinense-PB.

Estreia positiva no Vasco da Gama

A reestreia de Milton Mendes no Vasco - agora como técnico - ocorreu com a primeira vitória do clube luso-brasileiro na Taça Rio. A campanha do técnico içarense no São Januário teve 1x0 sobre o Madureira dois dias após ser apresentado pelo presidente Eurico Miranda, em 22 de março. Além disso, o elenco cruzmaltino garantiu um empate de 2x2 no Mané Garrincha no domingo, dia 26. Com seis pontos, o clube ocupa atualmente a quarta colocação no Grupo C.

“Começamos a fazer um trabalho visando o Campeonato Brasileiro, melhorando as condicionantes dos jogadores. Abrimos com vitória. Já o segundo jogo foi de um grau de dificuldade maior. Tivemos um primeiro tempo melhor que os adversários. Perdemos um jogador, arriscamos no momento certo e os jogadores deram conta do recado com empate”, avalia o técnico atualmente invicto com o time carioca.


Para completar a primeira fase e buscar uma vaga à semifinal da Taça Rio resta enfrentar o Boa Vista (30/03) e o Nova Iguaçu (02/04).