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Política

Oitiva inclui saibro, tubos e correspondência

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O quarto dia de instrução processual da Operação Moralidade abriu ainda sobre a aquisição do imóvel pelo dono da agência de publicidade que prestava o serviço ao Município. As perguntas foram direcionadas agora a Tereza Duarte, Nelson Savi e Maria Salete Duarte Savi. Igualmente aos dias anteriores, a oitiva vagou também sobre a realização de obras na cidade. Desta vez, com foco do Ministério Público e defensores principalmente em pavimentações, uso de tubos e saibro. O fato novo desta sexta-feira foi o interrogatório sobre a relação entre réus.

“Recebemos frequentemente envelopes. Geralmente de clientes com assuntos da empresa”, aponta a funcionária do Banco Itaú, Palmira Luana Henrique. Uma das correspondências apontadas por ela era de um dos acusados para outro, que trabalhava na instituição financeira em 2012. No entanto, ela informou que não teve acesso ao conteúdo e colocou o material na gaveta. O depoimento fechou uma lista de 28 testemunhas e informantes convocadas pelo Ministério Público para esta semana. Outras 16 deverão ser ouvidas até o próximo dia 5 de dezembro.

No caso do engenheiro Márcio Adelar Peruchi, os questionamentos foram sobre o acompanhamento do material adquirido pela Prefeitura Municipal para manutenção, além da fiscalização das obras. Segundo ele, a Caixa confere toda a medição in loco nos trabalhos com recursos federais. Somente depois disso é informado o valor para a emissão da nota fiscal. Por isso, apontou ser impossível superfaturamento ou superdimensionamento. O depoimento ratificou o que outros engenheiros já haviam manifestado sob provocação da defesa.

As obras feitas na cidade foram a base do testemunho ainda do engenheiro responsável técnico da Construtora Vitória, Valter Mariano. Já o depoimento do encarregado de Obras Márcio Realdo Toretti serviu para esclarecer o trânsito de materiais. “Eram três empresas que eu geralmente pegava os tubos”, aponta. Segundo ele, as viagens ocorriam até mais de uma vez ao dia em alguns casos. O material era recebido de empresas nas localidades de Barreira e Tereza Cristina, em Içara, e Pedreiras, no Rincão.

Conforme Márcio, a medição do saibro era feita nos caminhões com base nas requisições apresentadas. “Toda administração que assume, se não botar pelo menos uma vez areão na estrada, é suicídio eleitoral”, complementa. “Nos meus 53 anos, foi o período que mais deu vendavais e enchentes em Içara. Foi decretada emergência várias vezes”, sublinha. “Na época o Governo Federal até liberou o Fundo de Garantia”, acrescenta. Como vereador, Antônio de Mello (PMDB) foi convocado por ter requisitado serviços de recuperação do saibro no interior da cidade.

“Avalio positivamente esta semana. Entendo que até o momento os depoimentos, com raras exceções, vieram para chancelar as teses de defesa apresentadas. Está bem clara a inexistência de superfaturamento e superdimensionamento das obras”, considera o advogado defensor, Emanuel Moreira. “Na próxima semana acredito que teremos debates mais acalorados em razão da participação dos policiais civis e militares que fizeram parte da operação”, pontua. A participação dos integrante do Grupo de Atuação Especial contra as Organizações Criminosas está marcada para quarta-feira.