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Comunidade pressiona respostas

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Com gritos de “Queremos justiça. Queremos a verdade”, familiares, amigos e ex-colegas da criança de 9 anos, Isabeli Sebastião Cardoso, que morreu em um poço no loteamento Antônio Lima, percorreram as ruas da cidade na tentativa de pressionar o andamento do inquérito.

A passeata saiu da casa em que a menina morava, no loteamento Antônio Lima, às 17 horas. A caminhada passou pela rua Vitória, Duque de Caxias, cortou o centro e seguiu o caminho até a delegacia da Policia Civil. Na praça da igreja Matriz São Donato, após um minuto de silêncio, que interromperam os gritos pedindo justiça, foram feitas orações à menina. Isabeli. Em frente à delegacia, a comunidade continuou pedindo justiça e verdade, e fez mais orações. Não houve entrega de nenhum documento ao Delegado, Alan Amorim.

A comunidade passou o final de semana confeccionando os cartazes, que foram feitos com materiais doados por comerciantes. “Sinto falta dela e tenho tristeza” relata com sua inocência, a amiga Tamires dos Santos, de 9 anos, que ajudou na montagem dos objetos usados na manifestação. Mirele Ribeiro de Souza, 11 anos, conta que “foi um susto a morte da minha prima”.

Os pais reclamam da demora na divulgação dos exames realizados em Florianópolis pelo Instituto Geral de Perícia (IGP), que chegou na sexta-feira,12. Segundo o pai, Elias Cardoso, a informação que se tem até o momento, é que dois exames foram feitos para averiguar a possibilidade da menina ter sido molestada sexualmente, um em Criciúma, e outro em Florianópolis. O exame feito na capital do Estado teria dado negativo, e o feito em Criciúma, teria acusado, que, devido aos órgãos genitais estarem dilatados, havia a possibilidade de ter ocorrido estupro.

A criança foi encontrada na noite do dia 12 de dezembro, após ter sido notada a falta pela mãe Maria Rosângela Sebastião. Maria saiu na vizinhança procurando pela filha. Foi quando encontrou um corpo no poço feito por uma empresa terceirizada pelo Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (SAMAE), e chamou os vizinhos, que não acreditavam ser Isabeli. Um dos moradores da rua acendeu uma tocha de fogo para identificar o corpo que boiava, com os braços e pernas em direção ao fundo. Os Bombeiros foram chamados imediatamente, e a menina foi encaminhada para o Instituto Médico Legal, pela funerária contratada. O corpo foi liberado somente às 11h40min do dia 13 de dezembro, dia em que foi enterrada. A certidão de óbito ainda não foi liberada, mas segundo Cardoso, registra a morte de sua filha como resultado de um afogamento.

Os manifestantes irão esperar dez dias até que o laudo seja divulgado. Se após o prazo, o documento ainda não tiver sido liberado, novas manifestações serão feitas. Segundo Amorin, o inquérito foi instaurado logo após a morte de Isabeli, e as investigações estão sendo feitas. Ele relata que o conteúdo do laudo não pode ser revelado antes do caso ser encerrado, pois a divulgação do documento pode atrapalhar nas investigações. “O trabalho é contínuo, espero que logo tenhamos uma resposta”, finaliza o delegado.


CRIANÇAS BRINCAVAM NO LOCAL - Segundo a mãe, Maria, era comum que crianças brincassem perto do poço que fica a uns 100 metros de sua residência, e tinha cerca de seis metros de profundidade, sendo que no mínimo três metros estavam cheios de água. A comunidade nunca reclamou da obra, pois algumas até tomavam banho no local. Maria destaca que sua filha não usava o local para brincadeiras. Para Cardoso, a sua “filha não caiu. Ela tinha medo”. Os pais acreditam que a menina não tenha ido ao buraco, e que alguém tenha a levado ao local em que morreu.