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Membros do Gaeco prestam depoimento

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O sexto dia das oitivas convocadas pelo Ministério Público no processo criminal da Operação Moralidade foi o mais demorado devido a participação dos agentes do Grupo de Atuação Especial Contra as Organizações Criminosas (Gaeco). O último depoimento iniciou por volta das 17h40 e seguiu por mais de 1h30 com interrogações dirigidas ao delegado Airton Ferreira nesta quarta-feira, dia 3. Quanto aos crimes, nenhuma acusação nova foi acrescentada. Os testemunhos considerados peças-chaves foram utilizados pela defesa principalmente para a divisão do que foi constado de fato e o que se originou em deduções sobre os 25 réus.

“Fiquei acompanhando desde o início o telefone da Micélia. E ela era realmente quem operacionalizava”, acusa a autoridade policial. A escuta direta das interceptações telefônicas da ex-secretária de Finanças foram realizadas após um servidor detido por corrupção pela Polícia Civil de Içara ter indicado a articulação. O envolvimento do Gentil foi estabelecido somente após as prisões preventivas que indicaram a necessidade do pagamento de dívida da campanha. “Tem muito tubo pago que acredito que não foi colocado”, deduz, entretanto, baseado somente na falta de um relatório de entrega.

Conforme o sargento da Polícia Militar Márcio Luiz de Aguiar, a operação iniciou com uma ligação no final de 2011 informando o saque de recursos no Banco do Brasil e o retorno de parte de dinheiro. Ele aponta que isto ocorreu mais de uma vez sob o monitoramento a distância do Gaeco. A liberação dos recursos com parceiros cabia a ex-secretária de Finanças, Micélia da Silva Luiz. O depoimento ratificou também o contato do vice-prefeito Sandro Giassi Serafin com uma pessoa de Brasília para a compra de telefones criptografados que não pudessem ser interceptados pela polícia. O investimento seria de R$ 25 mil a R$ 30 mil.

Sobre as diligências, Márcio negou a viagem dele a Joinville apresentada nos autos como peça da investigação. Além disso, apontou não lembrar de parte das interceptações telefônicas. “São muitas escutas”, sublinha. Após o depoimento, o policial militar chegou a deixar o Fórum. Entretanto, foi convocado a continuar no prédio sob a provocação dos advogados de defesa para evitar o contato com outras testemunhas. No entanto, o retorno foi realizado no mesmo veículo do delegado Airton Ferreira. Ao ser questionado pelo juiz Fernando Dal Bó Martins, ele garantiu não ter conversado sobre o interrogatório.

De acordo com o policial civil Arno Dela Giustina Tramontin, o dinheiro rastreado pelo Gaeco circulava em envelopes e também na roupa. A interpretação é que os recursos eram provenientes de empresas contratadas pelo Município. Além das diligências na rua, o escrivão Leonardo Alfredo da Rosa ressalta que as conclusões levaram em consideração também as escutas telefônicas. Cada ligação foi classificada pelo “contexto da investigação e no que se pretende provar”. Entretanto, não ocorreram perícias para saber se as obras foram realizadas e também se ocorreu a entrega dos materiais comprados.

Para a defesa, contudo, a única irregularidade foram as subcontratações. Além da Vitória, a Fort também repassou obras. Conforme a sócia da Atual Empreendimentos, Mislaine Felipe Prudêncio, a empresa foi procurada pela vencedora da licitação. E assim foram realizadas as construções de unidades de saúde e do portal no limite entre Içara e Balneário Rincão. O caso da Construtora Vitória foi confirmado pelo proprietário Luciano Medeiros na terça-feira. No Rincão, as obras eram repassadas então para a Rincol. A subcontratação foi apresentada também pelo pedreiro Lourival Antônio Inácio em depoimento nesta quarta-feira.

Entre as situações apuradas pela Operação Moralidade está o empréstimo de R$ 125 mil em espécie. O recurso captado com Júlio César de Césaro Cavaler em 2009 é apontado pela Promotoria como a possível causa para o dano ao Erário. Na época, contudo, o empréstimo seria pessoal para Jorge Rodrigues. Apenas com o atraso nos pagamentos foi indicado que havia sido utilizado pela coordenação da campanha eleitoral de Gentil Dory Da Luz. Segundo o dono da factoring, o débito começou então a ser quitado apenas em 2011. “Quem me levava o dinheiro era o Balin [Paulo César Balsan]”, apontou também nos depoimentos desta tarde.