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Cotidiano

Amor que não cabe em duas pessoas

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A história de amor começou em 2005. Na época, apenas jovens que não entediam muito da vida adulta. Mas, com o passar dos anos, José Varlei Nandi e Susielen Brunel passaram a sonhar com o noivado, casamento e a construção de uma família. Em setembro do ano passado, eles descobriram que seriam pais. Foi um misto de susto e felicidade, porque aquele cronograma determinado por eles, agora estava em total desordem.

“Nós estávamos noivos na ocasião e ficamos bastante assustados. O casamento estava marcado para o dia 27 de setembro deste ano, mas com a notícia acabamos adiantando para o dia 8 de fevereiro. Ela sempre quis ser mãe e eu pai. Mas queríamos antes de tudo, casar, nos estabelecer financeiramente para depois ter um bebê”, relata José Varlei.

A gravidez decorreu de forma normal e a ansiedade para conhecer o rostinho do primeiro filho crescia a cada dia. Antony, esse foi o nome escolhido por José e Susielen para o pequeno que eles costumavam a chamar de anjo. “Apesar do susto, a felicidade. Era uma vontade mútua sermos pais. E apesar de não ter sido planejado, nos encheu o coração de alegria”, afirma o paizão.

Para José, ser pai veio com uma responsabilidade ainda maior. Logo nove dias depois do nascimento do pequeno Antony, ele descobriu que teria de aprender a lidar com a paternidade e com a falta da presença da mãe. Susielen teve complicações pós-parto e acabou falecendo poucos dias depois do nascimento do filho. “Ela chegou a conhecê-lo. Ele ficou conosco no hospital os três primeiros dias e ela o pegou no colo normalmente. Nos primeiros dias nem sabíamos que ela estava doente. Meu filho recebeu alta na sexta-feira e ela não. E então ela começou a ficar ruim”, relata José.

“Na segunda ela estava melhor de manhã e eu levei o Antony para vê-la. Quando ele foi embora ela começou a piorar muito e na segunda a noite mesmo foi mandada para a UTI. Quando eu estava vindo embora, ela me chamou e disse: ‘dá um beijo no Antony por mim’. E já na terça de manhã antes de podermos vê-la, ela entrou em coma. Aquelas foram suas ultimas palavras”, acrescenta.

Lidar com a perda da esposa não foi e ainda não está sendo fácil para José. Assim como a paternidade não está sendo tão simples quanto ele imaginava. “Está muito difícil pela falta que ela faz hoje e pela falta que vai fazer na vida dele. Mas meus pais estão me ajudando a criá-lo. Todos os nossos amigos e parentes também. Tenho recebido muita força e apoio”, garante o pai de primeira viagem.

E mesmo sem a presença física da mãe, o pequeno Antony vai sempre saber quem foi Susielen. “Hoje o Antony pra mim representa tudo. Minha vida, meu futuro, ele é mais pura forma de amor. Como uma vez ela disse: quando o amor de duas pessoas não cabe mais dentro delas, Deus manda uma nova”, complementa. “Acredito em Deus, creio que chegou a hora dela e que a missão dela na vida está cumprida. A mim basta seguir em frente, aguardar o que Deus me reservou e criar o Antony, amando-o por mim e por ela, tentando ser o melhor pai possível”, assinala.