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Cotidiano

Audiência define retorno de prédio à Igreja

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A construção iniciou em 1944 para ser uma igreja e somente deixou de ter esta finalidade com a transferência das atividades para um templo maior em 1974. A edificação antiga virou motivo de conflito. Parte dos católicos inclusive defendia a demolição. Para evitar isto, ocorreu a doação condicional ao Município em 1983. Virou patrimônio histórico e artístico. Desde maio de 1986 abriga então a Casa da Cultura Padre Bernardo Junkes. Após 31 anos, retornará agora ao domínio católico conforme decisão em audiência pública com 318 pessoas nesta terça-feira, dia 15.

“Não é uma casa da cultura. Mas uma casa com toda a identidade do cristianismo católico que expressam o sentimento da igreja. Nunca deixará de ser uma igreja com as pinturas e tudo o que fala da cultura cristã. Sentimos como católicos que sua identidade, por vezes, está sendo agredida”, coloca o pároco Antônio Vander. Conforme lembra ele, a história iniciou no entorno desse centro. O mesmo ocorreu com a história religiosa içarense. “Quanto mais restaurarem, mais igreja ficará”, opina.

“A escritura vai ficar em nome da igreja, mas a cidade não perderá. É do povo e continuará. Vamos edificar o memorial acompanhado por uma museóloga. E consequentemente pedimos licença para trasladar os restos mortais do padre Bernardo para perpetuar na entrada da igreja. Faremos em dezembro do ano que vem 65 anos de história na cidade e gostaríamos de alavancar este sonho. O padre Bernardo não pode ser esquecido”, considera sob o apoio dos movimentos católicos municipais.

“A sugestão do Conselho Municipal de Cultura foi para a criação do memorial, mas que continuasse disponível para eventos pequenos como lançamentos de livros e a educação patrimonial”, contrapõe a presidente do Conselho Municipal de Cultura, Lilian Rosane Phillippi. “Pedimos a reforma emergencial do telhado, do forro e a limpeza das calhas. O conselho também recomenda que fique o bem público para a Administração Municipal”, coloca.

“Pelo nosso voto entregamos ao Poder Público o dever de cuidar o patrimônio içarense. Entregamos nossos impostos para isso. E cada vez que não sabemos o que fazer, vamos entregando a exemplo das praias e lagoas. Hoje não temos água. Dependemos de outro Município”, apresenta a professora aposentada Tereza Feltrin Borges. “Se a igreja Católica e a Prefeitura trabalham por um bem comum, não temos que dividir forças. Temos que somar. A cultura não é profana. Dança não é profana. Cultura é os saberes e fazeres do povo”, avalia Sanete Monteiro Dagostin.

“As imagens e todos os nomes das famílias que participaram da edificação devem ser restaurados. Não é uma simples reforma. E ficará muito mais igreja. Não acho justo pegar recursos públicos que poderiam ser investidos numa Casa da Cultura para colocar numa igreja”, resume o prefeito Murialdo Canto Gastaldon. “Içara está passando por um momento de maturação. É um momento impar. Estamos discutindo o futuro de um patrimônio. A Casa da Cultura não possui mais espaço. Hoje temos que pensar para os próximos 10 ou 20 anos”, diz o vice Sandro Giassi Serafin.

“Faço das palavras do padre Antônio Vander as minhas. Fui procurado por ele e também irei para aquela igreja”, coloca o padre Silvestre Junkes, irmão de Bernardo. “Nesta situação o Ministério Público tem uma participação bem limitada. O nosso interesse é que o patrimônio histórico seja preservado. Temos inclusive um inquérito civil”, indica a promotora Maria Cláudia Tremel de Faria. “Independente que quem ficar responsável, o MP vai atuar para que ele seja recuperado”, enaltece.

NOVO LOCAL – Com a extinção da Casa da Cultura de Içara, as atividades ganharão um novo endereço. Conforme a presidente da Fundação Cultural de Içara, Eliana Jucoski Monteiro, as oficinas já estão fora do prédio desde 2013. Até então funcionam em salas locadas próximas da praça. “Mas o número de participantes aumentou”. Por causa disso, passarão para o centro de eventos utilizado atualmente pela Fundação Assistencial de Içara. “Temos 360 alunos fazendo aula de canto-coral, balé, música e street dance”, pontua.

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Lucas Lemos
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