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Cotidiano

Casos de suicídio recuam 29,5% em seis anos

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Homicídios e acidentes de trânsito são as causas de mortes violentas mais relatadas na região, no entanto, há um número ainda pouco divulgado, mas que é muito preocupante. Trata-se dos casos de suicídio, tanto os consumados quanto as tentativas. A estratégia da Região Carbonífera para reduzir esses registros é com a ampliação do atendimento. Essas ações, com foco sobretudo à prevenção, ganham espaço neste mês, durante o Setembro Amarelo.

Conforme dados do Instituto Médico Legal de Criciúma, em 2010 foram 61 casos de suicídios consumados nos municípios da região. No último ano, as ocorrências diminuíram para 43. Embora continue sendo um número alto, em seis anos registrou-se uma queda de 29,5%. Neste ano, até o último dia 31, foram 31 casos de mortes confirmadas pelo IML como suicídios.

“Esses números são assustadores, mas ainda temos que considerar que também há acidentes de trânsito e afogamento que tiveram indícios de suicídio na ocorrência, mas que acabam não entrando nos números de suicídio, mas sim nos números de acidentes de trânsito e de afogamento”, comenta o presidente da Cruz Vermelha de Criciúma e funcionário do IML, Almir Fernandes.

Ele ainda destaca as tentativas realizadas. Conforme Fernandes, entre 2012 e 2016 ocorreram 204 casos consumados na região, mas ao mesmo tempo houve 818 tentativas registradas. “O que vale dizer é que temos um histórico em que 90% dos que morreram de suicídio tiveram tentativas anteriores. Está bem claro que quem tenta, se não receber tratamento, certamente estará nas estatísticas das próximas vítimas, infelizmente”, relata.

Somente a efeito de comparação, em 2016, Içara e Criciúma, os dois maiores municípios da região, tiveram 35 casos de homicídio, ou seja, número semelhante ao de suicídios contabilizados. “As ocorrências de suicídio ocupam entre o segundo e o terceiro lugar como as principais causas de mortes na região”, alerta.

Converse e escolha viver; ligue 188

Conforme profissionais que atuam na prevenção, na maioria das vezes, a necessidade fundamental de quem tem pensamento suicida é uma chance de conversar, de desabafar. Por conta disso, há um trabalho desenvolvido pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), um canal que as pessoas têm à disposição para conversar.

“Todas as situações difíceis têm algum jeito de resolver. Este é o objetivo do CVV: mostrar para essas pessoas que, por mais difícil que seja a situação, existe alguma forma de resolver. E através da conversa, é possível fazer com que a pessoa desista de um suicídio. Mas o mais importante é que elas procurem ajuda”, indica um dos voluntários do serviço, Roberto Caldas.

O contato com o CVV pode ser realizado, gratuitamente, através do número 188. “Para o CVV, o importante é que seja possível a redução do número de suicídios. Nós trabalhamos com isso, para que não se tenha o registro. As pessoas precisam ser ouvidas”, reforça o voluntário. Em Içara o mês não passará em branco. Pelo menos duas ações estão previstas para acontecer.

“Está sendo programada para o fim do mês uma palestra com uma psicóloga para falar sobre o tema e, além disso, na quinta-feira, no desfile da Independência do Brasil, vamos usar camisas alusivas ao tema”, conta a coordenadora do Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS) de Içara, Dayana Elias. “Trabalhamos muito com aulas de artesanato, de música, de dança, entre outros, para que ocupem suas mentes”, completa.

“Existe um risco muito grande quando se trata de adolescentes, porque na maioria das vezes, quando o caso chega até nós, eles já estão em um estágio avançado, pois falta um olhar mais sensível. Embora o adolescente dê demonstrações, muitas vezes as pessoas consideram aquilo ali apenas como um motivo de pirraça”, aponta a psicóloga do Ambulatório Mental para Crianças e Adolescentes do município, Maria Eduarda Pacheco.