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Cotidiano

Verde ganha espaço no meio da cidade

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Elas foram produzidas para o paisagismo de Barcelona nas Olimpíadas de 1992. Mas faltou espaço no navio. E felizmente parte destas plantas produzidas em Campinas (SP) ganhou então outro destino. As árvores lotaram quatro caminhões e no ano de 1991 chegaram a Içara. "A carga foi colocada na Praça São Donato. Isto chamou atenção. Lembro também que muita gente dizia que não iria vingar", comenta o arquiteto e urbanista Ricardo Lino.

O verde ganhou espaço no Centro da cidade com patas-de-vacas, coleotérias e palmeiras reais na Rua Marcos Rovaris, na praça central e nos fundos da Prefeitura Municipal. Conforme Ricardo, a ideia era que a vegetação desse a impressão das construções estarem no meio da mata. Esta visão foi observada em Londrina (PR) e ainda é o sonho do urbanista. Contrasta portanto com o concreto que predomina outras cidades, entre elas, o coração econômico brasileiro, São Paulo.

Porém, o projeto ainda encontra resistência. Na Rua Marcos Rovaris, as árvores esbarram na rejeição de comerciantes desde aquela época. É que além de tapar as vitrines, também escondem as fachadas já poluídas visualmente por placas. Porém a insistência de replantar perdura em proporção igual. Para Ricardo, a tentativa de retirar a vegetação trata-se de uma questão cultural. “Os imigrantes tiveram que abrir clareiras e acho que este costume continuou”, avalia.

Esta falta de conscientização não afeta apenas a área comercial. A Rua Duque de Caxias também recebeu algumas árvores. Elas foram adquiridas do horto da Eletrosul em Tubarão e o plantio ocorreu em parceria com estudantes do Colégio Cristo Rei. O problema é que algumas não resistiram. Um pouco pelo excesso de poda e outra parte pelo envenenamento proposital. “Muitas pessoas acham bonitas. Contudo, não aceitam o plantio na frente das casas”, lamenta.

As patas-de-vacas geram um espetáculo à parte entre o final do inverno e o início da primavera. Originária do Brasil, a planta floresce com diferentes tons. São cores que cobrem também o chão com a queda das pétalas. “Sempre gostei muito de urbanismo e paisagismo. Por isso insisti no plantio das árvores. Elas trazem diversas vantagens. Geram sombra e refrescam o ambiente. Não podemos desistir. Está inclusive no Plano Diretor da cidade que os passeios públicos com mais de dois metros devem receber vegetação”, destaca Ricardo.