Quem viaja, expande horizontes e jamais retorna igual. Longe da terra-natal, o içarense Caio Borges vive essa constante transformação. E cada experiência impacta em suas obras. Atualmente em Seattle, nos Estados Unidos, a vivência na cidade mais populosa e mais densamente povoada do estado de Washington aparece aos poucos nos trabalhos do artista, agora, em uma fase denominada de Maria´s. “Está sendo uma fonte inesgotável de elementos e figuras”, afirma. “De tudo o que estou vivendo, tenho certeza que, quando voltar, vou levar comigo esta sintonia que estou tentando ajustar”, aponta.
Para Caio, o trabalho tem que ser divertido. “Quando cansa, sinal de mudança”, indica. “Em uma cidade que se movimenta diferente de mim, percebo em seus personagens uma despreocupação sem invadir, numa arrumação com democracia, sem se preocupar com estética. Mostram-se como se fosse para cada um, um mundo diferente e possível, cada um na sua. Nas ruas o que me chama atenção é que nada é tendência de moda e sim de se emocionar. Está nos olhos, no gesto, no caminhar e no se comportar”, completa o artista.
De acordo com Caio, todas as fases artísticas vão compor a futura galeria no Paço Municipal Ângelo Valvassori em Içara. “Vou ter a preocupação de manter o espaço informado do que venho fazendo. Acho importante o registro”, indica. “O que hoje me inspira não é da minha cultura do passado, mas sei que posso enriquecer o meu presente e dele fazer novas formas de expressão num país que sempre admirei e, que de uma forma ou de outra, já faz parte da minha vida, na música, no comportamento e nos sonhos de liberdade em todos os sentidos. Tudo isso, provocado como expectador, me faz ver o que não era acostumado, procurando fazer disto algo muito leve”, acrescenta.
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