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Economia

Andreia Limas: Número de empregados poderia ser bem maior

Empreendedores relatam falta de mão de obra qualificada para preencher vagas ociosas

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Tive a oportunidade de conversar com representantes de diferentes setores econômicos da região nos últimos dias e, dessas conversas, a dedução é de que o número de empregados formalizados poderia ser bem maior. Isso porque muitas empresas estão com vagas ociosas, ou seja, dispõem de postos de trabalho com carteira assinada, mas encontram dificuldades na busca por mão de obra qualificada.

O tema não é novo. Já faz algum tempo que os empresários reclamam dessa carência e as companhias acabam por contratar trabalhadores sem a devida qualificação, promovendo treinamentos internos ou estabelecendo parcerias com instituições de ensino para prover a capacitação.

No entanto, a pandemia potencializou essa necessidade de mão de obra. Primeiro porque fechou postos de trabalho, fazendo com que uma parcela dos trabalhadores passasse a atuar por conta própria, com a constituição do MEI, por exemplo, ou mesmo na informalidade. E geralmente esse é um caminho sem volta. Depois porque, com a retomada da economia, as empresas tiveram que intensificar a produção, necessitando recompor ou reforçar seu quadro de pessoal, aumentando a demanda por profissionais.

Semestre positivo

Prova do aquecimento do mercado de trabalho formal são os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), que apontam saldo positivo na Região Carbonífera desde o segundo semestre do ano passado, com uma ou outra oscilação. Entre janeiro e junho deste ano, foram nada menos que 6.843 empregos adicionados na soma dos 12 municípios. No mesmo período do ano passado, a região havia perdido mais de 2,5 mil postos de trabalho com carteira assinada.

Para se ter uma ideia do impacto da pandemia na geração de empregos, junho de 2020 terminou com saldo positivo de 123 vagas na região. Com a retomada da economia, em junho deste ano o saldo subiu para 817, um aumento de 564,23%.

Içara

A geração de empregos no primeiro semestre foi puxada por Criciúma, que acrescentou 3.302 novas vagas entre janeiro e junho. Içara confirmou o segundo melhor desempenho da região, com a adição de 1.013 novos postos de trabalho formal no período. A seguir, vêm Forquilhinha (455), Morro da Fumaça (419), Urussanga (339), Nova Veneza (314), Orleans (264), Cocal do Sul (256), Balneário Rincão (163), Siderópolis (159), Lauro Müller (105) e Treviso (54).

Desempenho

O desempenho içarense é resultado de 6.219 contratações e 5.206 demissões no primeiro semestre. Em junho, foram 940 admissões e 860 desligamentos, registrando saldo positivo de 80 empregos, o terceiro maior do mês na região – Criciúma teve o maior volume gerado, ao alcançar 569 novas vagas, enquanto Forquilhinha ficou com a segunda posição, adicionando 91 empregos.

Setores

Em relação aos setores, o desempenho içarense no primeiro semestre contou com maior participação da indústria, que adicionou 375 novos postos de trabalho formalizados. A seguir, vêm o setor de serviços, com saldo de 303, e o comércio, com 294. A construção civil contribuiu com mais 55 vagas, enquanto a agropecuária perdeu 14 empregos com carteira assinada no período.

Dos 19.657 trabalhadores formais de Içara, 8.675 estão na indústria, 5.176 no comércio, 4.283 no setor de serviços, 1.388 na construção civil e 135 na agropecuária.

No total, a Região Carbonífera conta com 145.020 postos de trabalho com carteira assinada, sendo que a indústria absorve 40,68% dessa mão de obra, concentrando ao final de junho 58.990 trabalhadores. A seguir, vêm o setor de serviços, que emprega 46.190 pessoas (31,85% do total), e o comércio, com 30.052 funcionários formalizados (20,72% das vagas). Há ainda 9.185 empregados na construção civil, o correspondente a 6,33%, e 603 na agropecuária (0,42%).

Crescimento

Voltando às conversas com os empresários, diferentes setores registraram crescimento na produção e no faturamento já em 2020, em maior ou menor grau, dependendo do efeito da pandemia sobre seus negócios.

A projeção é de crescimento também para este ano e para 2022 na maioria dos setores, mas a taxa está atrelada ao equacionamento de outras questões, além da mão de obra, como a carência de matéria-prima e o aumento nos insumos, cujos preços dispararam com a alta do dólar, a inflação e/ou a lei da oferta e da procura.