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Economia

Setor de descartáveis, flexíveis e de reciclados terá nova rodada de negociação

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Representantes dos sindicatos profissional e patronal dos mais de 8 mil trabalhadores das indústrias plásticas descartáveis, flexíveis e de reciclados da região preparam-se para mais uma rodada de negociação. As duas partes voltam a se encontrar no dia 7 de agosto. Os trabalhadores reivindicam ganho real de 3,5% para toda a categoria, abono anual de R$ 1 mil e manutenção das demais cláusulas da convenção coletiva 2017/2018, terminada em 31 de março.

“Tivemos três rodadas e a negociação pouco avançou porque primeiro o sindicato laboral rejeitou a comissão, que foi formada em assembleia dos sindicatos patronais. Só passou a aceitar quando rebatemos as informações na mídia”, expõe o secretário executivo do Sindicato das Indústrias Plásticas do Sul Catarinense, Elias Caetano. A comissão patronal é formada por um advogado trabalhista, três membros do Sinplasc e três do Sindicato das Indústrias de Descartáveis Plásticos (Sindesc).

O entrave nesse momento encontra-se em dois pontos: a homologação das rescisões dos contratos de trabalho junto ao sindicato laboral e a contribuição sindical, que deixou de ser obrigatória a partir da reforma trabalhista. “Temos uma negociação diferente este ano em função da reforma, que permitiu uma flexibilização maior de alguns pontos. A convenção coletiva anterior é antiga, construída ao longo dos anos, com itens que geram insegurança jurídica. O que propomos é a reforma da convenção, modernizando sem ferir direitos”, argumenta.

“A nossa proposta tem 26 cláusulas que contemplam 42 daquela convenção antiga. Nós discordamos dos argumentos, porque temos fundamento. A CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) não obriga a fazer a rescisão no sindicato. E o desconto da contribuição em folha precisa ser autorizado por escrito pelo empregado. Quando discutimos a autorização para descontos em folha, a contribuição sindical não estava prevista e a negociação estagnou. Mas tivemos um bom avanço, embora ainda haja muito a avançar”, entende.

“Tememos pelo futuro, lamentamos esta demora dos patrões e esperamos que eles tenham bom senso. Os patrões querem modernizar a redação de cláusulas, retirar direitos dos trabalhadores e fragilizar as condições do sindicato, para que no futuro mais direitos sejam retirados”, avalia o presidente do sindicato dos trabalhadores, Carlos de Cordes. "A diretoria e assessoria jurídica do nosso sindicato consideram importante a modernização da redação, sistematização e organização das cláusulas da convenção coletiva de trabalho da categoria, desde que direitos não sejam tirados, precarizados ou reduzidos", completa

Custo elevado e queda nas vendas

A proposta das empresas é conceder o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Oferecer ganho real no momento está descartado, conforme a comissão de negociação, tendo em vista dois fatores. Um deles é o crescimento salarial no Sul do estado em comparação a outras regiões. “O dispêndio com mão de obra é quase R$ 67 milhões maior por ano em comparação a outras empresas do setor. Isso gera perda de competitividade”, diz o secretário executivo do Sinplasc, Elias Caetano. Segundo ele, com esse crescimento se acentuando, as indústrias plásticas terão ainda mais dificuldades para se recuperar da crise. “Conforme levantamento da Fiesc (Federação das Indústrias de Santa Catarina), o setor plástico está com desempenho negativo em vendas neste ano”, informa Caetano.