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Economia

Tradição do campo reduzida

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Ele já foi chamado pelos mais variados termos, entre eles, camponês e pequeno produtor. A verdade é que a evolução social tem transformado a realidade dos trabalhadores rurais ou agricultores. Essenciais para o progresso do país, hoje, em Içara, mais de duas mil famílias sobrevivem dos campos e convivem com uma infeliz estatística: a profissão está envelhecendo. Isso porque, a falta de incentivo tem migrado os jovens do campo para as cidades em busca de estudo e emprego.

Com o objetivo de elevar a cultura existente no município e atrair a atenção dos governantes, está programada para quarta-feira dia 28, uma comemoração em alusão ao Dia do Agricultor. O evento será realizado na comunidade de Vila São José, após nove anos sem comemoração, a organização do evento está a cargo da Secretaria de Agricultura de Içara, por meio de seu presidente Silvio Viana, em parceria com a Epagri.

“Muitos agricultores perderam 100% da safra neste ano, o que representa até 40% da renda familiar. Assim mesmo, vamos resgatar a importância da data e melhorar a expectativa dos trabalhadores com palestras que irão incentivar a agricultura familiar”, aposta Viana. Uma delas com o climatologista da Epagri, Márcio Sonego, para tratar sobre as mudanças climáticas. Um outro tema será a “Agricultura familiar nos próximos 20 anos”, com o diretor da Secretaria de Estado da Agricultura, Airton Spies.

Para o presidente da Cooperativa da Agricultura e Pesca Familiar de Içara (Coopafi), José Rabelo, é importante reunir a classe, e principalmente elevar a cultura que está deixada de lado. Com 36 famílias cadastradas na cooperativa, Rabelo afirma que este foi um ano atípico para a classe com poucas condições de trabalho. “Isso afasta ainda mais os jovens dos campos, que preocupados com as condições financeiras, optam por não permanecer na profissão”, lamenta.

A solução, conforme José, seria o envolvimento do Governo Federal, Estadual e Prefeitura para um trabalho de conscientização. “Além da conscientização precisamos de mais linhas de crédito e incentivo de trabalho para os agricultores”, aponta. Com relação ao afastamento dos jovens, Rabelo afirma que há muito tempo as escolas foram migradas das áreas rurais e concentradas na parte central dos municípios, contribuindo ainda mais para o afastamento dos jovens. “Essa foi uma prática equivocada, os nossos jovens não devem sair do campo para poder estudar, eles tinham que permanecer nas lavouras. É preciso que a educação volte para o meio rural, trazendo novamente os jovens para o trabalho no campo”, ressalta.

Além da ausência de jovens nas lavouras, os agricultores têm que conviver com as adversidades do tempo, que neste ano prejudicou a produção de fumo, feijão e milho. Muitos agricultores perderam 100% da produção, como no caso de Valmor Zilli. Com prejuízo estimado em R$ 30 mil, ele espera que a comemoração possa levar incentivo para os produtores. “Não temos muito que comemorar, precisamos de uma melhor infraestrutura, e atenção por parte dos governantes”, lamenta.