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Economia

Sapatos ficam esquecidos no conserto

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Falta espaço para que Vilmar Schmitz possa trabalhar no restauro de sapatos. É que nem todos os calçados na loja são para conserto. Grande parte é de clientes que deixaram a peça para arrumar e não foram buscar. Hoje são mais de 100 itens abandonados nas prateleiras. Sem contar as bolsas e cintos.

“Tenho um sapato social masculino que está encalhado há três anos. Troquei a sola do par e o dono nunca mais apareceu”, conta. Na época, o custo do conserto foi de R$25. Ele relata também sobre uma cliente que deixou uma bota de camurça num inverno e foi buscá-la um ano depois. “O detalhe é que ela achou ruim, pois eu já tinha jogado a peça fora, depois de tanto tempo”, recorda Vilmar. “Estou há mais de 50 anos nesta profissão. Então podem perceber que a história é antiga”, brinca.

Não dá para calcular o valor do prejuízo, pois é gasto mão de obra, energia, material de trabalho e até gasolina para ir à Criciúma comprar os produtos. E persistente, o sapateiro diz que prefere confiar no cliente e não cobrar parte do conserto antecipado. “Eu sei que deveria pedir um sinal para evitar o abandono da peça, mas sempre penso que as pessoas não me darão o calote”, diz. O jeito foi de agregar novos produtos na tentativa de aumentar a renda, com isto hoje ele fabrica rasteirinhas, chinelos, pantufas e cintos.

Há um ano funcionando em novo local, durante a mudança, o sapateiro conta que recolheu três sacos de lixo de 100 quilos cada, cheias de sapatos. “Joguei tudo fora. Não fiz doação, porque alguns devido ao tempo não estavam em boas condições de uso. Outros, porém, estavam bons, mas sempre tem quem reclame. Se o produto não está em boas condições, eu preciso refazer a manutenção de graça. Então, prefiro não doar a me incomodar posteriormente”, disse ele.