Economia | 12/07/2010 | 23:23
Mais empregos por menos
Jornal Agora com informações de Stênio Ribeiro (Agência Brasil)
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O sistema bancário criou mais 2,8 mil postos de trabalho no primeiro trimestre deste ano, quando admitiu 11,05 mil trabalhadores com remuneração média de R$ 2,1 mil e demitiu 8,2 mil que ganhavam em média R$ 3,53 mil. Uma diferença de 37,85% em prejuízo do nível salarial da classe bancária. Os números constam na pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) e pela Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Divulgada na segunda-feira, dia 12, pelo presidente da Contraf, Carlos Cordeiro, a estatística constatou que houve evolução significativa em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Foi quando os bancos cortaram 1,3 mil postos de trabalho por força da crise financeira internacional e das fusões entre os bancos Santander-Real e Itaú-Unibanco.
De acordo com Cordeiro, os dados demonstram que os bancos usam a alta rotatividade da mão de obra para reduzir os custos, demitindo bancários com salários mais altos para substituí-los por trabalhadores com remuneração inferior. "Isso é inadmissível se considerarmos que os bancos aumentam sem parar a sua lucratividade e que apenas os cinco maiores bancos apresentaram lucro líquido de R$ 9,5 bilhões no primeiro trimestre do ano", disse.
A pesquisa Contraf/Dieese verificou aumento de 95,2% na criação de mais postos de trabalho, de janeiro a março, comparado aos 1,4 mil empregos bancários gerados no quarto trimestre de 2009. Constatou também que a oferta de empregos se aproximou do primeiro trimestre de 2008, antes da crise financeira, quando o setor gerou mais 3,1 mil empregos. A nota de descontentamento ficou por conta da disparidade verificada entre os salários de homens e mulheres na rede bancária. As mulheres foram admitidas com remuneração 32,71% inferior à dos homens (R$ 1,77 mil contra R$ 2,63 mil).
Na comparação com outros segmentos da economia, o sistema financeiro foi um dos que menos gerou empregos no primeiro trimestre: apenas 0,43% dos 657,2 mil novos postos de trabalho no período. O setor que criou mais vagas de trabalho foi o da construção civil, com saldo de 127,6 mil (19,43% do total), seguido dos setores de comércio e da administração de imóveis, que produziram 95,1 mil (14,48%).
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